Paulo Mota Pinto acusa direcção do PSD de "afrontar" matriz ideológica do partido

Posição de Passos Coelho sobre descida da TSU gera divergências no partido.

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Paulo Mota Pinto, antigo vice-presidente do PSD, crítica posição de Passos RUI GAUDÊNCIO

O antigo vice-presidente do PSD Paulo Mota Pinto considerou esta terça-feira "lamentável" a posição da direcção do seu partido face ao recente acordo de concertação social, sustentando que "afronta" a matriz ideológica originária dos sociais-democratas.

Em declarações à agência Lusa, o professor universitário e antigo juiz do Tribunal Constitucional criticou a oposição manifestada pela direcção liderada por Pedro Passos Coelho ao acordo de concertação social, designadamente em matéria de redução da Taxa Social Única (TSU) para os empregadores em 1,25% este ano, como compensação pelo aumento do salário mínimo para 557 euros.

"A posição declarada pelo PSD sobre o acordo na concertação social é lamentável, porque contraria posições políticas e propostas assumidas pelo PSD desde há anos sobre medidas no essencial semelhantes", afirmou Paulo Mota Pinto, dizendo estar em causa "um princípio de coerência".

Ainda de acordo com o "vice" da direcção social-democrata liderada por Manuela Ferreira Leite, entre 2008 e 2009, a posição da direcção de Pedro Passos Coelho também "afronta a concertação social, negando a matriz ideológica originária que para sempre se instalou no PSD".

"A posição do PSD renuncia ao centro político, permitindo a sua captura pelo 'partido liderante' do governo. Portugal precisa de um PSD forte e social-democrata, que seja intérprete leal do bem comum", acrescentou Paulo Mota Pinto.

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