Para cada 50 pedidos de emprego há apenas uma oferta de trabalho

Número de desempregados registados no IEFP teve um ligeiro recuo em Fevereiro. Dos 700.954 inscritos, só 10,5% estavam à procura do primeiro emprego.

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Em Janeiro, 15,3% da população activa estava desempregada, segundo o Eurostat Bárbara Raquel Moreira

As ofertas são poucas para tantos pedidos de emprego registados no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). No final de Fevereiro, o número de desempregados inscritos baixou para 700.954 indivíduos, mas o número de pedidos de emprego continuou a engrossar, chegando aos 938.826 — um universo muito superior ao das ofertas de trabalho, que só chegavam para 2% do total de solicitações.

As estatísticas mais recentes do IEFP mostram que, para cada 50 pedidos de emprego registados no final de Fevereiro, havia apenas uma oferta de trabalho. No total, havia 18.795 propostas de trabalho. Um ano antes, essa diferença era ainda maior, havendo apenas uma oferta por cada 83 pedidos.

Os dados do IEFP dizem respeito aos valores registados no final daquele mês. Já ao longo de Fevereiro, foram registadas 13.477 ofertas de emprego (menos 6,1% do que em Janeiro e mais 76% do que em Fevereiro de 2013). O número de colocações foi, porém, pouco mais de metade (7426 indivíduos). No Continente, mais de um quarto das ofertas vieram do segmento onde o IEFP congrega as actividades imobiliárias, administrativas e serviços de apoio (com 26,7%), seguindo-se o comércio (com 11,9%) e o alojamento e restauração (com 8,5% dos pedidos).

Três quartos dos pedidos de emprego são de desempregados. Neste universo de 700.954 pessoas, quase metade está fora do mercado de trabalho há mais de um ano, contando para as estatísticas como desempregado de longa duração. Ao todo, eram 47,2% as pessoas registadas como desempregadas há 12 ou mais meses; a maioria (52,8%) está desempregada há menos de um ano.

Menos 4300 desempregados do que em Janeiro
O número de desempregados inscritos teve um recuo muito ligeiro em relação ao mês anterior, havendo menos 4373 pessoas nesta situação do que em Janeiro, um recuo de apenas 0,6%. Já em relação ao período homólogo, a diferença é de 38.657 indivíduos, o que representa uma diminuição de 5,2%.

Cerca de 13% do total eram indivíduos com menos de 25 anos. Embora a diferença seja muito residual, havia mais mulheres desempregadas (50,7%) do que homens (49,3%), sendo sobretudo entre a população feminina que se concentram os inscritos com formação superior.

No total, 5% dos 700.954 homens e mulheres desempregados não tem qualquer nível de formação escolar; 21,4% concluiu o primeiro ciclo, 16% terminou o segundo ciclo e 20,3% completou a última fase do ensino básico; com formação secundária há 23,6%, sendo apenas 13% os desempregados inscritos com formação superior, ou seja, 91.221 pessoas.

A larga maioria estava à procura de um novo emprego. Era o caso de 89,5% dos desempregados, contra 10,5% das pessoas que estavam à procura do primeiro emprego.

Quanto à actividade económica de origem dos desempregados à procura de um novo trabalho — e considerando apenas as estatísticas dos centros de emprego do Continente —, o IEFP refere que 63,9% das pessoas tinham trabalhado no sector dos serviços, em particular no ramo imobiliário, em actividades administrativas e no comércio; 31,6% tinham trabalhado na indústria, sobretudo na construção, que assume um peso de 14,6%.

Ao mesmo tempo, o número de casais com os dois cônjuges desempregados desceu 0,1% em relação a Janeiro, mas aumentou 0,3% em relação a igual período do ano passado, fixando-se em 13.231.

A taxa mensal de desemprego relativa a Fevereiro ainda não é conhecida, o que só acontecerá com a publicação das estatísticas do Eurostat no início de Abril. A taxa calculada pelo gabinete de estatísticas da União Europeia — com uma metodologia diferente da do INE, que para já só publica dados trimestrais — incorpora dados sobre a evolução do desemprego registado pelo IEFP. As estatísticas dos últimos meses do ano passado mostram um recuo do desemprego, seguido de uma estabilização da taxa nos 15,3% em Janeiro.

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