Panamá liquida Espírito Santo Bank

Autoridades locais tinham iniciado intervenção no banco a 17 de Julho.

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Autoridades do Panamá dizem que o banco "não não é viável sob nenhum cenário" REUTERS/Henry Romero

A Superintendência de Bancos do Panamá (SBP) decidiu liquidar o ES Bank, a instituição financeira que o Espírito Santo Financial Group (ESFG) detinha no país. Numa resolução aprovada a 13 de Agosto, e que foi enviada agora aos clientes, o supervisor do sistema bancário local dá sequência às recomendações do gestor interino nomeado quando o Estado assumiu a gestão da instituição. Este responsável considerou que o ES Bank “não era viável sob nenhum cenário”, iniciando assim a liquidação deste activo.

Na resolução aprovada, o supervisor releva que o relatório do gestor aponta para a existência de um buraco de cerca de 500 milhões de dólares em depósitos vencidos e financiamentos não pagos e acrescenta que as entidades relacionadas com a carteira de crédito do ES Bank, nomeadamente para a emissão de garantias, são todas empresas que integravam o universo do Grupo Espírito Santo (ES Internacional, Rioforte e ESFG), que estão agora em processo de insolvência junto dos tribunais do Luxemburgo.

Perante este quadro, o gestor interino conclui que “existe uma falta de qualidade dos activos do banco, produto de um modelo de negócio e de processos de administração inadequados, pelo que a instituição não é viável sob nenhum cenário”. Assim, aconselha a liquidação com efeitos imediatos do ES Bank, algo que a SBP corrobora, lembrando que o supervisor português, que exercia o controlo directo da ESFG, “optou por destinar recursos apenas ao banco em Portugal (Novo Banco) e outros bancos, entre eles, a subsidiária em Miami, Florida.”

A resolução tece ainda críticas à actuação do Banco de Portugal, que assumia o papel de supervisor de origem e que, em Maio de 2013, certificou o cumprimento dos requisitos de adequação de capital por parte do Espírito Santo Financial Group, em base consolidada.

A intervenção das autoridades do Panamá foi conhecida a 17 de Julho, data em que o regulador local comunicou que ia assumir o controlo, temporário, do ES Bank, por iliquidez e "potencial insolvência". A 24 de Julho, conforme noticiou o PÚBLICO, e enquanto o Ministério Público português fazia na sede do GES, os supervisores financeiros norte-americanos regressavam ao BES Miami, para, ao que tudo indicava, para investigar operações com as subsidiárias do BES do Panamá e da Venezuela.

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