Pais do Amaral oferece 325 milhões para capitalizar a TAP "de imediato"

O empresário português pretende entregar até 10% do capital da companhia aos trabalhadores.

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Pais do Amaral é um dos três candidatos à privatização da TAP Nuno Ferreira Santos

A oferta que Miguel Pais do Amaral entregou na sexta-feira para comprar a TAP prevê a entrada imediata de 325 milhões de euros para capitalizar a companhia, revelou ao PÚBLICO fonte próxima do empresário português.

"A proposta da Quifel [a holding pessoal de Pais do Amaral] diferencia-se também, em termos financeiros, pelo compromisso de um contributo imediato, em dinheiro, de 325 milhões de euros para recapitalizar a TAP e fornecer a muito necessária flexibilidade financeira à companhia para a execução do seu ambicioso plano estratégico, nomeadamente renovação da sua frota e expansão da rede", referiu.

Além disso, a mesma fonte acrescentou que a oferta, que concorre contra as que foram apresentadas por David Neeleman (Azul) e por Germán Efromovich (Avianca), "prevê ainda aquisição da posição de 34% do Estado português de acordo com o mecanismo definido no caderno de encargos, permitindo a monetização da sua posição accionista". O plano inclui ainda a entrada da TAP em bolsa "num prazo de três a cinco anos, reservando 5 a 10 % do capital para os funcionários".

Para Pais do Amaral, esta estratégia "permitirá à empresa aceder aos mercados de dívida e de capital, dotando-a de meios equiparáveis às suas congéneres para poder competir de forma estruturada num mercado cada vez mais global”.

Na segunda-feira, o empresário tinha dito que "a TAP não tem vocação para ser uma subsidiária". "Seria uma pena, para não falar do risco, se a TAP, com uma história de 70 anos de sucesso, fosse absorvida por empresas de menor dimensão", referiu o empresário, em declarações enviadas ao PÚBLICO.

Pais do Amaral acrescentava que "a TAP deve permanecer uma empresa independente, na medida em que tem recursos técnicos altamente qualificados e uma base de clientes e de rotas que fazem da empresa uma das grandes companhias aéreas do mundo", frisando que a proposta que entregou "garante a independência da empresa e a sua autodeterminação estratégica".

O investidor dizia ainda que a oferta assegura "que o centro de decisão se mantém em Portugal assim como o hub em Lisboa". Dois requisitos que estão contemplados no caderno de encargos da privatização.

E, embora sem adiantar detalhes, revela que o consórcio através do qual apresentou a proposta "é composto por investidores financeiros internacionais de grande dimensão com elevada experiência no sector da aviação".

Até agora, sabe-se apenas que a oferta pela TAP foi entregue em nome da sua holding pessoal, a Quifel, e que o empresário já não está na corrida à empresa com o antigo dono da Continental Airlines, Frank Lorenzo, ao qual inicialmente estava associado.

A oferta conhecida em maior detalhe é a de Germán Efromovich, que pressupõe 35 milhões pelas acções da TAP, 12 novos aviões avaliados em 100 milhões e uma injecção de mais 250 milhões ao longo de dois anos.

Depois da entrega de propostas, cujo prazo terminou na sexta-feira, esta semana é importante no dossier da privatização da TAP. A administração da TAP tem até quarta-feira para se pronunciar sobre o projecto estratégico apresentado pelos três candidatos. E a Parpública, a holding estatal que detém as acções da TAP, tem de emitir até sexta-feira um parecer sobre as três propostas apresentadas, do ponto de vista da admissibilidade jurídica e das mais-valias financeiras.

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