Oxfam garante que taxar paraísos fiscais daria para acabar com pobreza extrema no mundo

Contas desta organização não-governamental dizem que há 14 biliões de euros escondidos, que representariam uma receita fiscal de 120 mil milhões de euros.

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Pagamentos em dinheiro, sem factura, na origem de boa parte da fuga ao fisco. Reuters

Os designados paraísos fiscais escondem 14 biliões de euros, o que significa uma perda de receita fiscal para os governos em torno dos 120 mil milhões de euros. As contas são da Oxfam, uma organização não-governamental internacional, que trabalha em 90 países e que afirma que esse montante de impostos perdidos "daria para acabar duas vezes com a pobreza extrema no mundo".

"O dinheiro perdido equivale a duas vezes o necessário para que cada pessoa no mundo assolado pela pobreza extrema viva acima do limiar de 1,25 dólares por dia", salienta a mesma organização. "É escandaloso que tanto dinheiro passe ao lado dos impostos, deixando livres aqueles que mais podem pagar pelo bem público e pelo serviço público", considera Kevin Roussell, membro da organização. "Muitos governos garantem que não têm alternativa ao corte na despesa pública e na ajuda ao desenvolvimento, mas nós encontrámos potencial suficiente na taxação do dinheiro privado que se encontra escondido e que chegaria para eliminar duas vezes a pobreza extrema", reforça.

A organização divulgou estes dados nesta quarta-feira, numa altura em que os chefes de Estado e governo da União Europeia (UE), que se vão reunir nesta quarta-feira em Bruxelas, procuram reforçar a luta contra a evasão e a fraude fiscais. Nas contas da Oxfam, a UE é responsável por dois terços desta riqueza depositada em paraísos fiscais, como Luxemburgo, Andorra e Malta.

“Os líderes da UE na sua reunião deveriam colocar-se de acordo para agir de imediato de forma a acabar com a evasão fiscal, mas antes precisam de colocar a sua própria casa em ordem”, defendeu a organização, no mesmo comunicado.


 
 
 
 

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