Operadores do Porto de Lisboa temem insolvência com greve dos estivadores

Estivadores manifestam-se hoje junto à Assembleia. Paralisação decorrerá entre 14 de Novembro e 4 de Dezembro.

Foto
Público/Arquivo

A Associação de Operadores do Porto de Lisboa (AOPL) acusa o Sindicato dos Estivadores de fazer um “ataque irracional” à actividade económica desenvolvida no porto com a convocatória de uma nova greve marcada para o período de 14 de Novembro a 4 de Dezembro. E acena mesmo com a possibilidade de a ETP-L /Empresa de Trabalho do Porto de Lisboa se encaminhar “rapidamente para uma insolvência que não se deseja” e com ela arrastar para o desemprego dezenas de trabalhadores.

Num comunicado conjunto, assinado também com a Associação Marítimo Portuária, a AOPL recorda os graves prejuízos provocados pelas greves convocadas por este sindicato — seis meses em 2012 e três meses em 2013, “as quais provocaram quedas superiores a 40% no tráfego de cargas marítimas em Lisboa e nefastas repercussões que ainda perduram na actividade do porto”, acusam.

“A greve de 2013, designadamente, levou as empresas de trabalho portuário a uma situação económica e financeira de tal modo degradada que houve necessidade de reduzir o volume de emprego e foi com dificuldades e atrasos que conseguiram cumprir as suas obrigações sociais. Por causa destas paralisações, os operadores portuários de Lisboa perderam clientes e facturação de elevados montantes e, mais grave ainda, viram fugir da capital portuguesa várias empresas internacionais de transporte marítimo, indisponíveis para terem os seus interesses operacionais afectados pela acção sindical”, lê-se no comunicado.

Por isso, os operadores portuários entendem que a convocatória de uma nova greve merece “uma chamada de atenção pública e uma intervenção legal que reponha a plena aplicabilidade da Lei do Trabalho Portuário no Porto de Lisboa” e “responsabilizam publicamente esta direcção sindical pelo que possa vir a ocorrer num futuro bem próximo”.

Os estivadores anunciaram que vão hoje participar na manifestação convocada pela CGTP em frente à Assembleia da República.

Sugerir correcção
Comentar