Oi reembolsa dívida da PT pela primeira vez

A empresa brasileira vai reembolsar nesta quinta-feira emissão de 750 milhões de euros da PT International Finance

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Esta é a primeira a vencer de um total de oito emissões públicas de dívida realizadas pela PT antes da combinação de negócios com a Oi Miriam Lago

Os accionistas da PT ainda vão votar a fusão com a Oi, mas, além de todos os activos da empresa de telecomunicações portuguesa estarem já no universo empresarial da Oi, também será a empresa brasileira a reembolsar os títulos de dívida emitidos pela PT. É o caso da emissão de 750 milhões de euros de obrigações convertíveis em acções da PT realizada em 2007 pela PT International Finance BV (PTIF), com um juro de 4,125% ao ano, cuja maturidade termina nesta quinta-feira.

Esta é a primeira a vencer de um total de oito emissões públicas de dívida (no total de 5250 milhões de euros) realizadas pela PT antes da combinação de negócios com a Oi. A última, de 500 milhões de euros, também da PTIF (que subscreveu mais de 600 milhões de euros da dívida da Rioforte obrigando à renegociação dos termos da fusão com a Oi), vencerá em Junho de 2025. 

A emissão em obrigações convertíveis de 750 milhões de euros, que já tem "garantia incondicional e irrevogável da Oi" será reembolsada em dinheiro e não em acções, como detalha a informação divulgada pela empresa brasileira num formulário enviado ao regulador do mercado de capitais norte-americano, SEC.

No decurso do processo de fusão, em que foram pedidas autorizações aos subscritores dos diversos títulos de dívida da PT, ficou acordado que os títulos convertíveis emitidos pela PTIF seriam pagos "em dinheiro mediante o exercício de quaisquer direitos de troca pelos seus detentores em vez de serem trocados por acções da Portugal Telecom", explicou a Oi no documento enviado à SEC. O PÚBLICO questionou a PT sobre o custo total desta operação de financiamento, mas não obteve resposta.

Em Julho de 2007, quando anunciou a emissão destinada a investidores qualificados, portugueses ou internacionais, a PT precisou que às obrigações convertíveis correspondia "um preço de conversão de 13,9859 euros, fixado com um prémio de 37,5% sobre a cotação média ponderada pelo volume das acções ordinárias da PT entre o lançamento e a fixação do preço da oferta".

Esse ano seguiu-se à tentativa de OPA da Sonaecom (dona do PÚBLICO), em que a PT estava a realizar o spin-off da PT Multimédia e iniciava a parceria com a Helios Investments para o mercado africano e em que a Vivo (que entretanto foi vendida à Telefónica e forçou a PT a comprar 22% da Oi) ainda estava em processo de crescimento. 

Na sessão bolsista de quarta-feira as acções da PT terminaram a subir 6,3% depois de a Oi ter anunciado que contratou o banco BTG Pactual para tentar ficar com a posição da Telecom Itália na operadora TIM Participações.
 

  



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