OCDE vê como estável recuperação económica para Portugal

Relatório da OCDE que antecipa a evolução das economias nacionais durante seis a nove meses mostra que Portugal, Grécia, Espanha e Irlanda se encontram no caminho da consolidação económica.

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A OCDE espera que Portugal continue no caminho da consolidação da retoma económica no início de 2013, segundo os dados divulgados nesta segunda-feira. Os indicadores compósitos de Novembro mostram que Portugal se está a aproximar da média de crescimento económico a longo prazo, com 99,44 pontos, pouco abaixo dos 100 da média.

Estes indicadores, medidos em Novembro, antecipam a tendência para a degradação ou para o crescimento económico de um país por um período de seis ou nove meses. Também para a Irlanda, Espanha e Grécia, a OCDE prevê um desempenho económico mais positivo para inícios de 2013.

A consolidação do crescimento económico português entrou para as contas da OCDE desde Abril de 2011, mês a partir do qual a antecipação do crescimento económico se tem aproximado da média a longo prazo, depois das fortes quedas de 2008 e 2011.

De acordo com os dados da OCDE, todos os países do grupo dos PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) estão no rumo para a retoma económica consolidada. Com 99,77 pontos, o indicador compósito da Grécia mostra que o alvo do ritmo do crescimento económico a longo prazo está quase a ser alcançado. Algo que já aconteceu no caso da Irlanda, com 101,40, e da Espanha, com 100,98 pontos.

O caso que sobressai, dentro do grupo dos recessivos países da periferia e do Sul da Europa, é o da Itália, facto que parece contrariar os recentes desempenhos no mercado de dívida, cujos últimos leilões têm renovado mínimos históricos nos juros italianos. De acordo com a OCDE, a Itália encontrava-se em Novembro nos 99,09 pontos, a quase um ponto da média do crescimento a longo prazo. No entanto, a OCDE classifica a progressão como um “crescimento a estabilizar-se”, em todo o caso, não consolidado.

Em situação idêntica à italiana estarão as economias alemã e francesa, que, segundo a OCDE, se encontram a estabilizar o crescimento, embora estejam ainda aquém dos números do crescimento a longo prazo.

A Alemanha, com 98,92, tem visto o seu indicador compósito do crescimento em queda desde Março de 2012, conseguindo o primeiro mês positivo em Novembro. Já a França, com 99,48 pontos, encontra-se em queda desde Dezembro de 2011, e registou o primeiro crescimento também em Novembro.

Para as duas principais economias do euro, a OCDE mantém uma perspectiva de parca retoma do crescimento económico para os próximos seis meses.

Fora do euro, mas ainda dentro da Europa, o Reino Unido espera um período de crescimento económico acima da média de longo prazo para os próximos seis meses. Com 100,67, o Reino Unido mantém a sua rota de recuperação desde Janeiro de 2012.

EUA consolidam crescimento

OS EUA surgem em destaque nas contas da OCDE com o melhor desempenho das grandes economias mundiais. A curva da retoma do crescimento mantém-se no sentido crescente, contrariando o pequeno percalço negativo de finais de 2011.

Para China, a segunda maior economia do mundo, a OCDE mostra reservas face aos resultados pouco encorajadores do crescimento económico. No entanto, a Organização para o Crescimento e Desenvolvimento Económico defende que se pode estar a verificar um “possível ponto de viragem”, que lançaria o enfraquecido crescimento para os valores de 2011.

No caso do Brasil, os resultados positivos dos últimos meses levam a OCDE a registar um crescimento que se encontra em fase de estabilização, sendo esta a mesma qualificação que é dada à Índia.

A Rússia mostra ainda um fraco crescimento económico, segundo os indicadores da OCDE. Face à referência de 100 pontos como a normalidade do crescimento, a Rússia registou, só em Novembro, uma quebra significativa de 3,61 pontos, para os 98,61.  

Notícia substituída às 13h50: substituída notícia da Lusa por notícia própria.

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