Banif reembolsou o Estado em mais 280 milhões de euros

Totalizam 580 milhões de euros o montante de obrigações garantidas pelo Estado já amortizadas pelo banco liderado por Jorge Tomé

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Queixosos querem conhecer todas as comunicações sobre o Banif realizadas entre o Banco de Portugal e a Comissão Europeia Catarina Oliveira Alves

O Banif devolveu 280 milhões de euros do financiamento obtido com recurso a uma garantia concedida pelo Estado português em Junho de 2011.

Com esta operação, o banco liderado por Jorge Tomé, que acabou por ser intervencionado a 31 de Dezembro de 2011, amortizou a totalidade das emissões de obrigações não subordinadas, de 580 milhões de euros, obtidas com aval público.

Em comunicado enviado ao mercado depois do fecho da bolsa, o Banif informa que “procedeu à amortização, no montante de 280 milhões de euros, da totalidade das obrigações emitidas no dia 19 de Julho de 2011, no âmbito dos empréstimos obrigacionistas garantidos pela República Portuguesa à banca nacional". A possibilidade de os bancos emitirem dívida garantida pelo Estado português foi uma medida criada no auge da crise financeira de 2008 para facilitar o acesso da banca aos canais de liquidez.

Jorge Tomé salienta que esta operação, "inserida no plano de reestruturação", permite ao Banif prosseguir "o caminho de redução dos apoios públicos, ascendendo a 580 milhões de euros o montante de obrigações garantidas pelo Estado já amortizadas" pelo banco.

Em Dezembro de 2011, o Estado voltou a apoiar o Banif onde injectou 1,1 mil milhões: 700 milhões por entrada directa no capital; e 400 milhões por empréstimo estatal (instrumentos de capital contingente, conhecidos como "CoCos"). Deste financiamento já foram devolvidos 275 milhões (150 milhões em Agosto de 2013 e 125 milhões em Abril deste ano).

Jorge Tomé já revelou que pretende antecipar este ano a liquidação dos restantes 125 milhões de euros. E, uma vez saldado o empréstimo de Cocos, o Banif irá recomprar 250 milhões de euros de acções detidas pelo Estado.

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