Número de empresas insolventes caiu 6,4% no primeiro semestre

Dados mais recentes reforçam a tendência de queda iniciada a partir de 2012. O recurso das empresas ao processo especial de revitalização aumentou 6,8%.

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Numero de empresa em processo especial de revitalização aumento até Junho. Daniel Rocha

O número de entidades declaradas insolventes no primeiro semestre do corrente ano totalizou 2467, uma diminuição de 6,44% face às 2626 registadas em igual período de 2014. Mas o número de empresas que pediu recurso ao Processo Especial de Revitalização (PER) registou uma evolução oposta, voltando a crescer.

Relativamente às empresas que declaram insolvência, os dados do Instituto Informador Comercial (IFC) reforçam a tendência de queda iniciada a partir de 2012. O número de insolvências desceu de 3435 no primeiro semestre de 2012 para 3144 em 2013, ou seja faliram menos 291 empresas. De 2014 para 2015, faliram menos 150 entidades colectivas.

Tal como nos anos anteriores, os números do primeiro semestre de 2015 mostram que há mais insolvências nos distritos de Lisboa, com 605, e do Porto, com 507. Em ambos a tendência foi de diminuição face ao primeiro semestre de 2014, numa percentagem expressiva de 15% em Lisboa e 10% no Porto.

Em termos percentuais, e face ao período homólogo, a maior queda verificou-se nos Açores (- 36%), seguindo-se Viana do Castelo (-20), Évora (-19%) e Bragança (-18%). Na Madeira, a evolução também foi positiva (- 16%).

Os dados, compilados a partir dos anúncios de acções de insolvência publicados no Portal Citus e das publicações em Diário da República, mostram que cinco distritos registaram uma evolução negativa, os seja, com mais empresas a fechar portas, com destaque para Braga, Aveiro e Setúbal.

Em Braga, encerraram 305 empresas, mais 16% do que as 262 falências dos primeiros seis meses de 2014. Em Aveiro, fecharam 189 entidades colectivas, mais 9%, e, em Setúbal, faliram 180 empresas, mais 8% do que no período homólogo do ano anterior.

Os restantes dois distritos com evolução crescente das falências, mas em número menos expressivo, foram Vila Real (+10%), e Portalegre (+18%).

Por actividades, o maior número de insolvências verificou-se no comércio a retalho, excepto de veículos automóveis e motociclos, com 371 insolvências, em desaceleração desde 2013. A segunda posição pertence ao sector do comércio por grosso, com 274 pedidos, também em desaceleração face às 427 falências registadas nos primeiros seis meses de 2013. Na promoção imobiliária e na construção de edifícios registaram-se 261 encerramentos e as actividades especializadas de construção contribuíram com mais 120 falências.

Mais empresas em PER
Os dados do Instituto Informador Comercial mostram que, entre Janeiro e Junho, o total de empresas em PER totalizou 501, contra 469 verificado em igual período de 2014. Apesar da inversão da tendência, o número registado nos primeiros seis meses ainda fica abaixo dos 516 processos registados no primeiro semestre de 2013.

Os distritos de Lisboa e Porto, que são os que possuem maior densidade de empresas, registam maior incidência de PER, com 126 e 112, respectivamente. O terceiro lugar entre as regiões com mais empresas a tentar evitar a falência por acordo com os credores, pertence a Braga (57), seguido de Aveiro (40) e de Santarém (26). As regiões dos Açores e da Madeira registaram o mesmo número de PER, num total de nove, o que representa uma diminuição face aos dez processos que tinha registado no primeiro semestre do ano passado.

Por sectores de actividade, a liderança pertence à promoção imobiliária e construção de edifícios, com um total de 60 processos, ainda assim, em queda face aos 66 de 2014 e 65 de 3013. O comércio por grosso (incluindo agentes), expecto de veículos automóveis e motociclos, regista 55 PER, ligeiramente acima dos 55 de 2014.

O terceiro sector com mais processos é o comércio de retalho, excepto veículos automóveis e motociclos, com 46 processos, um número ligeiramente mais baixo que nos dois anos anteriores.

As actividades imobiliárias registaram 38 processos, em clara aceleração face aos 26 do primeiro semestre de 2014 e aos 25 em igual período de 2013.

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