As negociações entre a Air France e os seus pilotos chegaram a um impasse este Sábado depois da empresa e o Governo francês terem rejeitado a exigência de nomeação de um mediador feita pelos sindicatos.

Os representantes dos trabalhadores tinham anunciado que estavam dispostos a interromper a greve que se regista há já 13 dias se fosse nomeado um mediador para as negociações. No entanto, a gestão da empresa, apoiada pelo Governo liderado por Manuel Vals (o Estado detém 16% da empresa e está representado na Administração) defendem que um mediador não é necessário e acusam os trabalhadores em greve de estarem a criar dificuldades adicionais na negociação. "Um mediador só serviria para continuar o conflito", afirmou o secretário de Estado dos Transportes de França, Alain Vidalies, acrescentando que os pilotos só têm em conta os seus interesses e não os da companhia.

O sindicato dos pilotos pretende que a nova unidade Low Cost (Transvia) que a Air France pretende lançar ofereça o mesmo tipo de contratos actualmente em vigor na Air France. A empresa e o Governo dizem que isso vai contra o próprio conceito de companhia low cost. "Os pilotos não podem continuar a opor-se ao desenvolvimento da Transavia", afirmou Alain Vidalies.

A greve está a ter um impacto muito significativo nas operações da Air France. A Administração da empresa anunciou que este Domingo serão cancelados 45% dos voos e estimou um custo diário com a greve próximo dos 20 milhões de euros. Do lado do sindicato, foi manifestada a intenção de, caso fosse necessário, prolongar a greve para além de 30 de Setembro, o prazo que consta do pré-aviso de greve.

O Governo está a adoptar uma posição cada vez mais interventiva na questão. ""Esta greve tem de acabar. É intolerável para os clientes, para a empresa e para a economia francesa", afirmou este Sábado o primeiro-ministro, Manuel Vals.