Nacionalização da banca comercial é “imperativo nacional”, diz PCP

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O PCP disse nesta terça-feira que a nacionalização da banca comercial é um "imperativo nacional" para o desenvolvimento e soberania do país, falando do tema num documento enviado à imprensa com posições sobre a situação vivida no BES.

"O PCP considera um imperativo nacional, como forma de contribuir para o desenvolvimento e soberania nacionais, a nacionalização da banca comercial, num quadro mais geral da nacionalização do sector financeiro, como meio para assegurar o controlo público e a determinação da acção deste sector pelo interesse nacional", escrevem os comunistas em nota enviada às redacções pelo seu gabinete de imprensa.

Já na segunda-feira, o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, havia defendido uma intervenção do Estado junto do grupo Espírito Santo, que poderia passar pela nacionalização, considerando o líder do PCP que a "situação é insustentável", com a acumulação de "casos" do banco.

Hoje, o PCP "reafirma a necessidade de uma intervenção decidida da parte do Governo e do Banco de Portugal no BES" na defesa do interesse nacional.

A intervenção do Estado deveria, diz o PCP, ser centrada na "urgência de garantir o controlo público do Banco assente em duas direcções fundamentais", uma de "apuramento da situação real do BES, das responsabilidades e responsáveis pela situação" e uma segunda que passaria pela "concretização de um conjunto de medidas de gestão que impeçam a utilização dos meios financeiros do banco, para assim procurar resolver problemas do grupo".

"Os fundamentos desta intervenção por parte do Estado estão sustentados na recusa de qualquer intervenção ‘a posteriori', tal como aconteceu no BPN - de nacionalização dos prejuízos, evitando desta forma que o Estado assuma responsabilidades que apenas aos accionistas do BES dizem respeito", frisa o PCP.

O partido diz ainda que a "sucessão de acontecimentos que têm envolvido a banca, bem como a política seguida pelos principais grupos financeiros privados assente na actividade especulativa" impedem este sector, "numa situação de vulnerabilidade", de desempenhar "o papel que deve ter de financiador da economia nacional e de apoio às famílias".

 

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