Municípios admitem queixa em Bruxelas contra o Governo

Executivo acusado de irregularidades na programação dos apoios comunitários.

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Manuel Machado, presidente da ANMP adriano miranda

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) admitiu esta terça-feira avançar com uma queixa à Comissão Europeia (CE) contra o Governo português, que acusa de irregularidades na programação dos fundos comunitários para os próximos anos.

"Isto tem de ficar resolvido", disse aos jornalistas o presidente da ANMP, o socialista Manuel Machado, criticando o Governo por, alegadamente, "fazer das comunidades intermunicipais (CIM) barrigas de aluguer" quanto aos "montantes e mapeamentos no contexto" da parceria Portugal 2020.

Para debater este assunto, o conselho directivo da ANMP vai reunir-se na quarta-feira, na sede da Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa, com a Comissão Ministerial de Coordenação do Portugal 2020.

"Há aqui necessidade de transparência e clareza nos critérios da alocação dos fundos comunitários", preconizou Manuel Machado, no final de uma reunião, nas instalações da ANMP, com comunidades intermunicipais (CIM) e áreas metropolitanas, em que foram analisados os montantes e mapeamentos subjacentes ao Quadro Comunitário Portugal 2020, tendo sido também discutidas "as medidas políticas colectivas a tomar relativamente aos pactos para o desenvolvimento e coesão territorial", segundo uma nota da associação.

Manuel Machado alegou que "vai ser necessário abrir um processo de negociações idóneo, claro e em que todos conheçam as regras do jogo". Acrescentou que a eventual queixa dos municípios portugueses à CE avançará se o Governo de Pedro Passos Coelho mantiver "a alteração das regras do jogo" em projectos apoiados por Bruxelas que são da responsabilidade da Administração Central, mas cuja "compensação financeira nacional" estará nalguns casos a ser remetida para as autarquias.

O presidente da ANMP e da Câmara Municipal de Coimbra acusou o Governo de assumir "uma conduta chantagista com alguns municípios", na qual alegadamente tira partido do "estado de necessidade alto" dessas autarquias.

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