Mota Soares diz que redução do desemprego é consistente com recuperação económica

Ministro do Emprego diz que os últimos indicadores dão “confiança” ao Governo para “trabalhar ainda mais” para reduzir o desemprego em Portugal.

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“Os números do desemprego em Portugal continuam a ser demasiado elevados”, diz Mota Soares Nuno Ferreira Santos

O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, associou a queda do desemprego registado em Fevereiro nos dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) aos indicadores que apontam para a retoma económica do país, realçando ainda o aumento das ofertas de trabalho.

“Em Fevereiro, voltámos a assistir a uma redução do desemprego registado. Esta redução é consistente com a própria recuperação da economia e dos seus indicadores”, afirmou o governante. Mota Soares reagiu aos dados do IEFP, divulgados no sábado, sublinhando que “o desemprego, em Fevereiro, desceu 5,2% face a [Fevereiro de] 2013, o que significa que mais de 38 mil portugueses encontraram uma oportunidade no mercado de trabalho” e considerando que “é muito significativo também reconhecer que as ofertas de trabalho cresceram 10% face ao mês de Janeiro”.

Ainda assim, segundo o ministro, “o desemprego continua a ser, em Portugal, o maior problema do ponto de vista económico, e também do ponto de vista social”. Mas salientou: “Estes dados dão-nos esperança para continuarmos a trabalhar para podermos combater efectivamente esta chaga que é o desemprego, que começa agora a reduzir-se, mas que continua em valores demasiadamente elevados”.

Questionado sobre o impacto que a vaga de emigração de portugueses ao longo do último ano — estima-se que cerca de 120 mil pessoas tenham deixado o país em 2013 — terá tido na redução do desemprego, Mota Soares contrariou essa ideia. “Ao longo dos últimos três trimestres do ano passado, a população activa em Portugal cresceu, ligeiramente, mas cresceu. Portanto, a recuperação que nós temos neste momento do nosso mercado de emprego não se pode dever a isso [emigração]”, contestou.

“Eu lembro-me que, inicialmente, muita gente começou a dizer que a recuperação do emprego se devia a efeitos de sazonabilidade. Ora, quer no final de 2013, quer no início de 2014, não se deve certamente a efeitos de sazonabilidade, já que são épocas em que, normalmente, os números do desemprego até são mais negativos”, vincou Mota Soares.
“Depois, diz-se muito que tinha a ver com a redução da população activa. Sucede que isso não corresponde aos dados efectivos do Instituto Nacional de Estatística (INE)”, realçou, apontando novamente para o crescimento ligeiro da população activa nos últimos três trimestres do ano passado.

“Quando temos números da economia que começam, de forma consistente, a dar sinais de recuperação, percebemos que há uma redução também consistente do desemprego”, reforçou o governante. “De qualquer forma, os números do desemprego em Portugal continuam a ser demasiado elevados e, por isso mesmo, estes indicadores dão-nos esperança, dão-nos confiança, para continuarmos a trabalhar ainda mais para reduzirmos o desemprego em Portugal”, afirmou.

Já sobre a ligeira subida de 0,3% do número de casais com ambos os cônjuges desempregados em Fevereiro, face a igual período de 2013, para 13.231 casais, Mota Soares mostrou apreensão acerca da situação destas famílias, assegurando que o Governo lhes oferece um mecanismo de protecção social adicional.

“É sempre uma situação preocupante e, por isso mesmo, este Governo, em contraste com o que tinha acontecido no passado, decidiu criar uma nova prestação social, que é a majoração do subsídio de desemprego para os casais desempregados que têm filhos a cargo”, frisou. E concluiu: “Quando existe uma situação de desemprego numa casa, é sempre uma situação muito difícil, dramática, mas quando na mesma casa, ao mesmo tempo, pai e mãe não têm uma colocação, não têm um posto de trabalho e têm filhos a cargo, há uma obrigação por parte do Estado para olhar de forma diferente para esta situação, que é muito dramática, pelo que este Governo deu-lhes uma protecção social acrescida”.

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego diminuiu 5,2% em Fevereiro, face a igual período de 2013, para um total de 700.954 pessoas, e recuou 0,6% em relação a Janeiro, divulgou no sábado o IEFP. O recuo de 5,2% corresponde a menos 38.657 pessoas inscritas nos centros de emprego. Em relação a Janeiro, o total de desempregados recuou 0,6%, o que corresponde a menos 4373 indivíduos.

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