Moreira da Silva chama ainda este mês responsáveis da China Three Gorges

Ministro quer informações sobre investimentos do accionista maioritário da EDP.

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A construção destes parques vai dinamizar as fábricas de pás e aerogeradores de Vagos e Oliveira de Frades Paulo Pimenta

O ministro responsável pela Energia, Jorge Moreira da Silva, vai chamar ainda este mês os responsáveis da China Three Gorges, accionista maioritário da EDP, para pedir informações sobre investimentos, como a instalação de uma fábrica de eólicas em Portugal.

"O ministro solicitou à China Three Gorges um ponto da situação sobre esses investimentos a apresentar numa reunião a realizar ainda em Setembro", disse fonte oficial do gabinete do ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva.

Isto porque, acrescentou, "por ocasião da privatização da EDP, foram criadas expectativas de investimento, nomeadamente, na instalação de uma unidade industrial de aerogeradores [fábrica de turbinas eólicas]" em Portugal.

O compromisso de instalação da fábrica de turbinas eólicas no país foi anunciado a 30 de Novembro de 2011, através da Goldwind, empresa participada pela China Three Gorges (CTG) que concorria na altura à privatização da EDP [aquisição de 21,35% da EDP], e segundo a qual a unidade contribuiria em 500 milhões de euros para as exportações portuguesas.

Em comunicado, a Goldwind, um dos maiores produtores mundiais de turbinas eólicas e a segunda maior empresa do sector da China, especificou na altura que a fábrica avançaria "até ao Verão de 2013" e que previa começar os trabalhos de instalação da nova unidade já no início de 2012, "com a contratação de uma equipa local".

Segundo a empresa chinesa, a nova unidade produziria "800 turbinas eólicas por ano ocupando uma área de cerca de oito hectares e terá um forte impacto na criação de postos de trabalho especializados em Portugal", sendo que a nova fábrica teria "ainda um impacto positivo no sector da construção civil, estando prevista a entrega da empreitada da nova fábrica a empresas locais".

Contudo, na passada quarta-feira o Jornal de Negócios avançou que a fábrica de turbinas eólicas em causa "não vai sair do papel" e "fica na gaveta" e que os chineses "desistiram de investir na unidade de turbinas eólicas que foi incluída nas propostas com que a CTG ganhou a privatização da EDP".

O Expresso, na sua edição deste sábado, divulga ainda que a construção da fábrica "não fez parte das claúsulas vinculativas que constaram no processo de privatização da EDP".

"O que o novo acionista maioritário da EDP tinha dito em Novembro de 2011, numa adenda ao contrato (antes de saber quem seria o ganhador dos 21,35% da EDP então em venda pelo Estado português) era que se comprometia a estudar a hipótese de construção de uma fábrica de eólicas em território nacional", frisa o Expresso, citando uma fonte próxima do processo, que reforça ainda tratar-se "apenas de um processo de intenções, nada de vinculativo".

O semanário adianta ainda que as cláusulas do processo de privatização da EDP eram o acesso a financiamento no valor de dois milhões de euros, já efectuado a 50%, a compra de várias participações minoritárias em parques eólicos da EDP, o que está em curso, a criação de um centro de investigação na área das renováveis (ainda por cumprir) e a abertura de sucursais de dois bancos (no caso, chineses) em Portugal, sendo que o Bank of China já abriu uma representação em Lisboa.

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