Ministros das Finanças da UE comprometem-se menos que Eurogrupo sobre prazos

Tanto os ministros como o Eurogrupo decidiram delegar na troika a responsabilidade de apresentar uma proposta sobre "a melhor opção possível" para Lisboa e Dublin.

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Jeroen Dijsselblo, presidente do Eurogrupo.

Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) assumiram esta terça-feira uma posição mais cautelosa do que os seus pares do Eurogrupo sobre a possibilidade de Portugal e Irlanda beneficiarem de um prolongamento dos prazos de reembolso de parte dos empréstimos europeus fornecidos no quadro dos seus programas de ajuda externa.

"Discutimos se os ministros das Finanças da UE estarão em princípio dispostos a considerar um ajustamento das maturidades dos empréstimos do FEEF [Fundo Europeu de Estabilidade Financeira] e do MEEF [Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira] à Irlanda e Portugal de forma a suavizar os perfis de amortização da dívida dos dois países", afirma uma declaração assumida pelos 27 ministros no final de um debate realizado esta manhã sobre a questão.

Segunda-feira à tarde, os 17 ministros das Finanças do Eurogrupo expressaram um apoio ligeiramente mais explícito a um "ajustamento" dos prazos de reembolso dos primeiros empréstimos do FEEF concedidos com maturidades muito curtas aos dois países no arranque dos respectivos programas de ajuda.

Jeroen Dijsselbloem, ministro das Finanças da Holanda que preside ao Eurogrupo, afirmou então que o debate dos 17 sobre a questão foi "muito positivo".

Ao invés, no caso dos 27 da UE, que garantem os empréstimos do MEEF, nada é dito sobre a existência de um apoio de princípio a esta medida.

Apesar disso, tanto os 27 como os 17 decidiram delegar na troika de credores internacionais (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI) a responsabilidade de apresentar uma proposta sobre "a melhor opção possível" para Lisboa e Dublin.

Entre os 27, igualmente, nada é dito sobre a data em que a decisão sobre as modalidades concretas deste ajustamento das maturidades poderá ser tomada. Dijsselbloem também se mostrara vago sobre a questão na segunda-feira.

Ao invés, Olli Rehn, comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos e Financeiros, disse na segunda-feira à noite que espera que seja possível "concluir este trabalho e emitir uma mensagem forte de confiança nas próximas reuniões" dos 17 do euro e dos 27 da UE "que terão lugar em Dublin, em Abril". 
 
 

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