Ministro do Ambiente vai andar ao volante de um carro eléctrico nos próximos meses

Protocolo assinado entre Ministério e 11 fabricantes quer promover utilização dos veículos eléctricos e híbridos plug-in.

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Administração Pública deve dar o exemplo, diz o ministro do Ambiente Ricardo Castelo/NFactos

O ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia não quer que restem dúvidas de que a mobilidade eléctrica “é compatível com o modo de vida” do cidadão comum. Para o provar, assinou nesta quarta-feira um protocolo com vários fabricantes de automóveis eléctricos e híbridos plug-in para dar início a um programa de demonstração em que irá conduzir um carro eléctrico (ou híbrido plug-in nas distâncias mais longas) durante dez meses.

Mas o programa não abrange apenas o ministro. Ao abrigo deste acordo entre o ministério e a APVE – Associação Portuguesa do Veículo Eléctrico, quer Jorge Moreira da Silva, quer os seus três secretários de Estado, Artur Trindade (Energia), Paulo Lemos (Ambiente) e Miguel de Castro Neto (Ordenamento do Território), irão conduzir, durante os próximos dez meses e em regime de rotatividade, 17 veículos de várias marcas.

A descarbonização da frota oficial do Ministério do Ambiente deverá ser o primeiro passo em direcção à adopção deste tipo de veículos pela Administração Pública, como já admitiu Moreira da Silva. Mas o ministro quer que o exemplo se estenda às empresas. E sublinha que a opção pelo carro eléctrico não é apenas uma escolha de cidadania motivada por preocupações ambientais, “é uma opção economicamente eficiente”.

Quanto ao custo acrescido deste tipo de veículos (cerca de 30% mais caro do que um veículo convencional), o ministro acredita que os incentivos que serão anunciados em Junho, no âmbito da reforma da fiscalidade verde, possam “num contexto de neutralidade fiscal [sem implicar subida de impostos], ajudar a superar o constrangimento do preço”, reorientando os comportamentos dos consumidores para escolhas mais amigas do ambiente. Ainda assim, Moreira da Silva sublinhou que “o acréscimo de custo [destes veículos] é amortizado, em média, em cinco anos”, com as reduções em gastos com combustível.

Jorge Vasconcelos, ex-presidente da Entidade Reguladora do Sector Energético (ERSE), que preside à comissão que está a desenvolver a reforma da fiscalidade verde, sublinhou que o facto de estarem representados 11 fabricantes neste acordo revela que a mobilidade eléctrica “é um sector competitivo e atraente do ponto de vista da indústria” e em que existe uma “concorrência saudável” que também deixa espaço à “cooperação”.

Para o ministro, “o constrangimento cultural é aquele que demora mais tempo” e “é mais difícil de ultrapassar”, pelo que a administração pública deve dar o exemplo. Segundo o ministro, este programa de demonstração implica uma monitorização contínua por uma comissão de acompanhamento composta por representantes do ministério e de várias entidades por este tuteladas, bem como da APVE. Esta comissão irá produzir relatórios de avaliação do impacto ambiental e económico da iniciativa.

 

 

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