Ministro das Finanças alemão rejeita criação de eurobonds

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"O desemprego na Grécia não é o resultado da política europeia", disse o ministro alemão

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, afastou neste sábado a possibilidade de virem a ser lançados os títulos de dívida europeus (eurobonds) ou qualquer outro tipo de activo conjunto da União Europeia.

Segundo disse o governante alemão à revista WirtschaftWoche, as responsabilidades conjuntas em termos de títulos de dívida levariam à criação de "falsos incentivos" e de um "enfraquecimento dos esforços de reforma" económica dos países europeus, noticia a agência Bloomberg.

Wolfgang Schaeuble esteve esta semana em destaque, ao afirmar na terça-feira que um terceiro resgate à Grécia será inevitável.

O ministro alemão declarou que vai haver um novo programa de ajuda financeira para a Grécia, o que levou a um desmentido imediato por parte do Governo de Atenas e a uma vaga de declarações sobre o assunto de altos responsáveis europeus.
Porém, já na quarta-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que qualquer decisão sobre um novo pacote de ajuda financeira à Grécia só será tomada no próximo ano ou em 2015, suportando as declarações de terça-feira do ministro das Finanças alemão.

"Fizemos progressos, mas a crise não acabou", afirmou a governante, durante um evento de campanha eleitoral na cidade alemã de Schwaebisch Gmuend.

A chanceler considerou ainda que as declarações de terça-feira do ministro das Finanças alemão acerca da necessidade de haver um novo programa de assistência financeira à Grécia não trouxeram qualquer novidade.

"O que Schäuble disse sobre a Grécia ontem [terça-feira], toda a gente sabia", afirmou Merkel.

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, também apontou para a forte possibilidade de a Grécia vir a necessitar de um novo pacote de assistência financeira internacional, uma vez que o actual programa termina já no próximo ano.

Por seu turno, o Comissário Europeu para os Assuntos Financeiros e Monetários, Olli Rehn, afirmou na quarta-feira que um terceiro resgate à Grécia não é a única opção, admitindo uma extensão dos prazos de pagamento para os empréstimos concedidos.

O novo resgate seria o terceiro, depois de já ter visto aprovados dois programas de ajuda financeira no valor total de 240 mil milhões de euros.

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