Ministro das Finanças alemão entende revolta dos cipriotas, mas diz que “vai passar”

A ministra alemã da Justiça pediu mais “solidariedade” por parte da Comissão Europeua para “defender os alemães contra acusações injustificadas”.

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O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, afirmou nesta quinta-feira compreender a revolta dos cipriotas após a aprovação do plano de resgate por Nicósia, mas vaticinou que o descontentamento não se vai prolongar por muito tempo.

“É sempre assim, quando uma população decide protestar e se confronta com problemas procura sempre alguém sobre quem projectar a sua cólera”, declarou o influente ministro germânico numa entrevista à rádio regional SWR2. “Isso vai passar”, acrescentou.

A Alemanha tem sido um dos alvos privilegiados do descontentamento dos cipriotas após a adopção na segunda-feira de um plano de resgate internacional que, entre várias medidas, prevê a extinção do segundo banco do país. Em Nicósia, os manifestantes desfilaram com cartazes onde comparavam a chancelar alemã, Angela Merkel, ao ditador Adolf Hitler.

“É da natureza das coisas que aqueles que são mais fortes economicamente e devem ajudar os mais fracos se tornem mais facilmente no bode expiatório”, considerou Schäuble. “Tentamos contrariar isso, explicar. Mas também não nos devemos mostrar arrogantes”, disse.

Na quarta-feira, a ministra alemã da Justiça, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, pediu mais “solidariedade”, designadamente por parte do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e do presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, para “defender os alemães contra acusações injustificadas”.

“Infelizmente, não escutei grande coisa até ao momento”, declarou a ministra ao diário de Munique Münchner Merkur.
 
 

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