Ministra das Finanças diz que “crescer pela procura interna não funciona”

No primeiro trimestre deste ano, o crescimento homólogo de 1,3 foi conseguido graças ao contributo da procura interna.

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Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças

Maria Luís Albuquerque defendeu esta sexta-feira que a economia portuguesa não vai conseguir recuperar com base na procura interna, uma convicção que surge numa altura em que a variação homóloga positiva do PIB está a ser conseguida precisamente com base numa aceleração do consumo e o do investimento em Portugal.

Respondendo aos deputados na comissão de orçamento e finanças da Assembleia da República, a ministra afirmou que “pela procura interna, o país não recupera” e que esse tipo de estratégia, “pura e simplesmente, não funciona”. <_o3a_p>

Nos últimos dois trimestres para os quais o Instituto Nacional de Estatística já apresentou dados, assistiu-se em Portugal a uma inversão dos contributos da procura interna (consumo mais investimento) e da procura externa líquida (exportações menos importações) para o crescimento da economia. Segundo o INE, os primeiros três meses de 2014, a variação homóloga do PIB de 1,3% foi conseguida graças ao contributo de 2,8 pontos percentuais da procura interna, que mais do que compensou o contributo negativo de 1,6 pontos da procura externa líquida.<_o3a_p>

Estes resultados, a par com sinais de abrandamento das exportações de bens, vieram colocar no centro do debate económico as dúvidas sobre a sustentabilidade da actual retoma económica em Portugal.<_o3a_p>

No debate parlamentar desta sexta-feira, o deputado do PS, João Galamba viu nas declarações da ministra das Finanças uma contradição face aos comentários feitos por outros membros do Governo relativamente à força da recuperação portuguesa. “Não é possível dizer que a procura interna não funciona e depois embandeirar em arco com o crescimento dos últimos anos”, disse. <_o3a_p>

O mesmo deputado defendeu ainda a ideia de que os resultados mais positivos atingidos pela economia portuguesa em 2013 se deveu ao facto de o Governo ter sido forçado pelo Tribunal Constitucional a retirar algumas das medidas de austeridade que tinha aprovado, nomeadamente os cortes nos subsídios da função pública e dos pensionistas. <_o3a_p>

Maria Luís Albuquerque recusou essa ideia e defendeu que a redução do défice público e a redução da despesa pública contribuem para o país ganhar credibilidade, o que é um factor fundamental para o crescimento. Por isso, reiterou a sua estratégia de consolidação orçamental.  “Não existe qualquer folga orçamental enquanto houver défice", disse repetindo que ainda irão ser apresentadas medidas de substituição daquelas que foram chumbadas pelo Tribunal Constitucional, num montante que é até agora de 860 milhões de euros.<_o3a_p>

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