Mais dois anos e 150 milhões de euros para concluir Túnel do Marão

A obra está parada há dois anos. A autoestrada está executada em 70% do trajecto.

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A obra chegou a empregar 1400 pessoas Nelson Garrido

O presidente da Estradas de Portugal (EP), António Ramalho, afirmou nesta quinta-feira que serão precisos mais dois anos e 150 milhões de euros para concluir a Autoestrada do Marão.

Depois de dois anos de obra parada, o Estado rescindiu, em Junho, o contrato de concessão do Túnel do Marão, invocando justa causa fundada no incumprimento por parte da concessionária Autoestrada do Marão.

Entretanto a concessão da autoestrada, que está a ser construída entre Amarante e Vila Real e inclui um túnel rodoviário com 5,6 quilómetros, passou para as mãos da EP.

Nesta quarta-feira, no decorrer de uma visita à Autoestrada Transmontana, que liga Vila Real a Bragança, António Ramalho referiu que serão precisos cerca de mais dois anos para a conclusão da obra.

Ou seja, para os trabalhos avançarem, será necessário abrir um novo concurso público internacional, o que demorará pelo menos um ano.

“Não era provável, nem previsível, nem possível que qualquer obra, qualquer iniciativa, tivesse lugar antes de um ano após esse período”, salientou. Depois, segundo o presidente da EP, serão ainda precisos mais “oito a nove meses para concluir a obra”.

António Ramalho estima ainda que será possível concluir a Autoestrada do Marão sem “significativos sobrecustos”. “Para mim são não significativos sobrecustos se estivermos a falar entre mais ou menos 10%”, frisou. Uma estimativa que está, no entanto, dependente de não haver “surpresas” na construção civil, documentais ou do lado do financiamento.

Segundo o responsável, para concluir a autoestrada serão precisos cerca de 150 milhões de euros. Esta autoestrada tinha um custo inicial estimado de 375 milhões de euros e, em pico de obra, chegou a dar emprego a 1400 trabalhadores e a envolver cerca de 90 pequenas empresas.

Em relação ao financiamento, a EP está continuar os contactos com os anteriores financiadores e a ultimar os estudos para candidatura a fundos europeus.

António Ramalho referiu ainda que está a ser feito um levantamento do inventário documental relacionado com a concessão e, em relação à situação da obra, está-se a verificar no local as conclusões do estudo realizado há dois meses pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil. “Também estamos, neste momento, a fazer um levantamento tridimensional por laser que nos permita uma avaliação de quantidades mais eficaz do que aquela que se faz por medições simples”, salientou.

A Autoestrada do Marão já está executada em cerca de 70% do projecto. Os sublanços, cuja construção está interrompida, deveriam ter entrado em serviço em Novembro de 2012.

O consórcio construtor era o Infratúnel, constituído pelas empresas Somague e MSF.

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