Mais de 40% das empresas tiveram prejuízos em 2014

Na restauração, alojamento e imobiliário, mais de metade apresentaram resultados negativos. Rendibilidade das empresas melhorou.

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Tiago Machado

Mais de quatro em cada dez empresas apresentaram prejuízos em 2014. Indicadores económico-financeiros publicados nesta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP) mostram que 42,5% das empresas tiveram resultados negativos naquele ano.

A percentagem baixou em 2013 e em 2014, depois de ter aumentado nos dois anos anteriores. Nos sectores da restauração, alojamento e imobiliário, foram mais de metade as empresas a apresentar prejuízos.

O EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) foi negativo para 35,5% das empresas; e 16,5% suportavam juros superiores ao valor do EBITDA.

Já a rendibilidade das empresas – medindo a rendibilidade dos capitais próprios (divisão dos resultados líquidos pelos capitais próprios) aumentou em 2013 e 2014, “depois de, nos dois anos anteriores, ter registado valores próximos de zero”. Houve uma melhoria por causa da recuperação das Pequenas e Médias empresas (PME). No entanto, a rendibilidade das empresas, de 3,1%, “permaneceu inferior aos 10,1% registados em 2010”.

Ainda que as grandes empresas apresentem “sistematicamente” uma rendibilidade superior à das PME, o que voltou a acontecer em 2014, houve uma aproximação entre umas e outras. Quem apresenta o nível de rendibilidade mais estável são as exportadoras, “superando a rendibilidade do total das empresas privadas desde 2011”.

Os empréstimos continuam a ser a principal fonte de financiamento das empresas, representado 33,8% do total em termos de activos. Este peso diminuiu em 0,8 pontos percentuais, tendo ganho expressão o financiamento através de capitais próprios.

Em 2014, 30,7% do activo das empresas eram suportados por capitais próprios, percentagem que aumentou 0,4 pontos em relação a 2013. Perto de 11% do financiamento era garantido por fornecedores, 4,6% eram suportados via investimentos no mercado de valores mobiliários, sendo os restantes 20,1% garantidos por outro tipo de activos não especificados nos dados do Banco de Portugal.

No caso dos empréstimos, houve uma redução dos créditos concedidos pelos bancos (nacionais e estrangeiros), tendo aumentado os empréstimos obtidos junto de empresas participadas e participantes. Hoje, os dois têm praticamente o mesmo peso na origem dos financiamentos concedidos: os bancos são a fonte de 50,3% dos empréstimos, enquanto as empresas participantes e participadas representam 49,7%.

“Em 2014, as empresas privadas relacionavam-se, em média, com duas instituições de crédito para efeitos de concessão de empréstimos”. As exportadoras recorrem a mais bancos para obter financiamento, relacionando-se “em média com 3,4 instituições de crédito”.

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