27 voos cancelados com a greve dos controladores aéreos

Chegadas e partidas com atrasos nos aeroportos de Lisboa e Porto. Controladores aéreos estão em greve durante duas horas durante a manhã e duas durante a tarde.

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Os controladores aéreos contestam os termos da reformulação do projecto “Céu Único Europeu” Nuno Ferreira Santos

A greve parcial dos controladores aéreos desta quinta-feira está a gerar perturbações nos aeroportos de Lisboa e Porto, com alguns atrasos e cancelamentos de voos. Apesar de a paralisação dos trabalhadores da NAV, a empresa pública que gere o tráfego aéreo, ser parcial (das 7h às 9h e das 14h às 16h), os impactos vão fazer-se sentir até mais tarde.

Ao início da manhã, havia indicação do cancelamento de 15 voos para cidades europeias a partir do aeroporto de Lisboa e de outros 12 com destino à capital, segundo o site da ANA, a gestora dos aeroportos nacionais. Por volta das 8h, as informações apontavam para atrasos em 40 voos, com maior incidência nos períodos de paralisação efectiva dos trabalhadores da NAV. Os tempos de espera variam muito, havendo ligações com atrasos inferiores a uma hora e outras em que a demora prevista chega a duas horas ou ultrapassa esse período.

No aeroporto do Porto, não se registam voos cancelados, havendo apenas atrasos nas ligações, tanto nas partidas como nas chegadas. Também aqui a demora varia muito de voo para voo. Os atrasos são mais os atrasos nas partidas (16 previstos) do que nas chegadas (nove). Nos aeroportos dos Açores, também geridos pela ANA, não há registo nem de atrasos nem de cancelamentos.

A paralisação, que é coordenada pela Federação Europeia dos Sindicatos de Controladores de Tráfego Aéreo e pela Federação Europeia dos Trabalhadores dos Transportes, faz parte de uma acção conjunta dos controladores europeus contra os termos da reformulação do chamado “Céu Único Europeu”.

Em causa está um pacote legislativo a nível comunitário que os trabalhadores da NAV dizem vir fragmentar os actuais prestadores nacionais de serviços de navegação e impor reduções de custos no sistema. Num comunicado publicado na última sexta-feira, o Sindicato dos Controladores de Tráfego Aéreo dizia que o projecto conduz à “degradação das empresas [de navegação aérea], a uma inexorável degradação das condições de segurança e qualidade do serviço prestado”.

A greve desta quarta-feira levou a TAP a reprogramar voos, o que não impediu que se prevejam atrasos nos voos da companhia portuguesa. Garantida está a realização de toda a operação doméstica, incluindo Madeira e Açores, fez saber num comunicado a transportadora aérea.

Na quinta-feira é a vez de os restantes trabalhadores da NAV fazerem greve, com uma paralisação entre as 13h e as 15h, não se antevendo perturbações nos voos para este dia.

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