Maior gestora de fundos do mundo investigada pelas autoridades norte-americanas

SEC quer saber se a Pimco inflacionou resultados para enganar investidores.

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Ano difícil para o fundador da Pimco, Bill Gross

O supervisor do mercado de capitais dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) está a investigar a maior gestora de fundos de investimento do mundo, a norte-americana Pimco, por alegadamente ter inflacionado resultados para enganar os investidores.

O fundo sob investigação, que é a estrela da companhia participada pela seguradora alemã Allianz, tem o nome de Total Return Exchange-Traded Fund e é gerido por Bill Gross, conhecido como The King of Bonds, pelos negócios multimilionários que protagonizou no mercado da dívida obrigacionista.

A investigação da SEC, noticiada em primeira mão pelo The Wall Street Journal e já confirmada pela Pimco e pela Allianz sem avançar pormenores, tem como objectivo apurar até que ponto Bill Gross inflacionou os resultados dos seus investimentos em obrigações e até que ponto esta contabilização distorceu a performance de resultados que foram sendo transmitidos aos investidores.

A Pimco tem sob gestão activos de cerca de dois biliões (milhão de milhões de dólares) e o fundo que está a ser objecto de investigação e é gerido directamente por Bill Gross assume investimentos da ordem dos 220 mil milhões de dólares.

Numa declaração à agência Reuters, a Pimco confirmou a investigação e confirmou que está a “cooperar com a SEC neste assunto. Nós tomamos as nossas obrigações regulatórias e as nossas responsabilidades para com os clientes de uma forma muito séria”. A Allianz, que é a maior seguradora da Europa, também confirmou a investigação sobre a qual tem vindo a ser informada regularmente pela Pimco.

A notícia da investigação é mais um revés para Bill Gross num ano para esquecer. O rei das obrigações perdeu este ano o contributo efectivo de Mohamed El-Erian, que com ele repartia a liderança da gestora de fundos de investimento e alterou o modelo de governação, passando a dispor de seis vice-presidentes executivos.

Para além disso,  as dúvidas sobre o futuro da companhia e a sobre a capacidade de gerar retornos atractivos, levou muitos investidores a retirarem capitais. Só em Agosto, as retiradas (líquidas de entradas) ascenderam a 3600 milhões de dólares.

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