Maior cervejeira do mundo dá mais gás a oferta sobre rival

AB InBev tem até quarta-feira para fazer uma oferta formal. Aumentou o preço a pagar por acção e aguarda resposta da rival SABMiller.

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Dona da Corona tenta mais uma vez comprar rival e criar novo gigante da indústria

A Anheuser-Busch Inbev (AB InBev), maior produtora de cerveja do mundo e dona da Budweiser ou da Corona, melhorou a proposta para comprar a sua maior concorrente e lançou nesta segunda-feira mais uma oferta (a quarta), numa tentativa de convencer os accionisitas da SABMiller, que produz as marcas Peroni e Grolsh.

Reagindo a uma notícia da Sky News, que dava conta de mais uma tentativa citando fontes anónimas, a empresa emitiu um comunicado onde confirma a nova abordagem para tentar “combinar as duas empresas e construir a primeira empresa cervejeira verdadeiramente global”. Juntas produziriam um terço da cerveja em todo o mundo.

A AB InBev aumentou de 42,15 libras para 43,50 libras o valor a oferecer (em dinheiro) por cada acção da rival, podendo os investidores, se assim o desejarem, receber uma parte em dinheiro e outra em acções da nova empresa. A gigante cervejeira, que produz as marcas Corona e Budweiser, espera assim convencer os dois maiores accionistas da SABMiller: a tabaqueira Altria (proprietária da Marlboro) e a BevCo, fundo de investimento da família colombiana Santo Domingo. Juntos detêm 41% da segunda maior cervejeira do mundo, sendo a Altria a maior accionista, com 27% do capital.

A Altria tem defendido a venda à AB InBev e apelou ao conselho de administração envolver-se “sem demoras de forma construtiva com a AB InBev para que chegue a acordo sobre os termos da oferta”. Já a BevCo tem-se mantido em silêncio.

No último comunicado que emitiu, referente à terceira proposta, o conselho de administração da SABMiller sublinhou que o valor oferecido subavaliava “de forma muito substancial a herança incomparável e única da SABMiller”. A AB InBev tem até quarta-feira às 17h00 para fazer uma oferta formal. Passado o prazo deverá aguardar seis meses para fazer nova abordagem.

Na declaração oficial que disponibilizou no seu site, a belga-brasileira sublinha que a oferta de 43,50 libras representa uma melhoria de “mais 48%” face ao preço dos títulos da SABMiller no fecho da sessão de 14 de Setembro. E sublinha que a maioria dos accionistas (excluindo a Altria e a BevCo) “preferem a opção [de pagamento] em dinheiro”.

Pelas contas da Reuters, a quarta oferta significa que a AB InBev irá pagar 67 mil milhões de libras pela fabricante da Grolsch, cerca de 90,4 mil milhões de euros. A anterior proposta era de 65 mil milhões de libras (87,7 mil milhões de euros ao câmbio actual).

A concretizar-se esta seria a terceira maior fusão da história, depois da da Vodafone com a Mannesmann em 1999 e da Verizon Communications e Verizon Wireless em 2013, segundo a Dealogic. Carlos Brito, presidente executivo da AB InBev, acredita que a combinação dos dois negócios iria “criar a primeira cervejeira verdadeiramente global”. A própria AB InBev nasceu em 2004 da junção da brasileira Ambev e da belga Interbrew, que detinha a Stella Artois.

 

 

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