O espanhol Liberbank e o grupo Masaveu anunciaram nesta quarta-feira um acordo para uma “aliança” na EDP, “integrando as suas posições accionistas numa sociedade conjunta”. O comunicado foi enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores de Espanha e informa que a sociedade passará a deter controlo sobre 6,18% do tecido accionista da EDP, uma posição avaliada em 500 milhões de euros.

Actualmente o Liberbank é o único accionista qualificado na EDP, de entre os dois grupos, com uma participação directa de 5,01%. O grupo Masaveu, uma empresa familiar espanhola com participações em vários sectores económicos, tem uma participação de apenas 1,17%.

Mas a nova sociedade será controlada maioritariamente pelo Grupo Masaveu, que reforçará a sua presença na EDP. O grupo espanhol ficará com o controlo de 52,9% da nova sociedade, enquanto que à instituição financeira cabem os restantes 47,1%.

O Liberbank é já o terceiro maior accionista da EDP, atrás da Iberdrola, que detém 6,79% das acções, e da China Three Gorges, que controla a fatia principal de 21,35%. Com a aliança, o novo grupo reforça esta terceira posição, aproximando-se da Iberdrola.

O processo de integração das participações accionistas será faseado, de acordo com o comunicado divulgado nesta quarta-feira. Numa primeira fase, o Liberbank vende um pacote de 0,47% de acções da EDP ao grupo Masaveu. Depois desta operação, os dois grupos criarão uma sociedade conjunta que terá na carteira uma posição inicial de 3,09% de acções da EDP.

O último passo será dado com o Liberbank a vender os restantes 3,09% à sociedade conjunta, o que totaliza os almejados 6,18%.

O Liberbank é o resultado da fusão de três caixas de aforro de comunidades autónomas em Espanha: a caixa da Extremadura, a Caixa Cantabria e o grupo Cajastur, sendo este último grupo o que detia os 5,01% na EDP, que foram integrados no património de activos do Liberbank. A estas três caixas de aforro juntaram-se, em 2011, o Ibercaja, e as caixas Imaculada, Círculo e Badajo.