Letta: a Europa não pode ser uma prisão de regras e procedimentos

O líder iraliano diz que os europeus "estão bloqueados, enquanto os EUA e o Japão seguem caminhos não convencionais, sem dogmas impostos".

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Enrico Letta conhece bem os bastidores da política e a "piscina de tubarões" não lhe mete medo MAX ROSSI/reuters

As declarações foram proferidas durante uma audiência no Senado, na véspera da realização da cimeira extraordinária da União Europeia, e nelas o líder do executivo de coligação considerou que a Europa "atravessa uma crise de legitimidade que advém da ausência de resultados" e exortou a que se transforme a energia que se usou nas políticas de austeridade para implementar "políticas de crescimento e criação de emprego".

De acordo com a agência de informação espanhola EFE, Letta disse que "é preciso um resultado abrangente e concreto no próximo Conselho Europeu de Junho sobre as políticas de criação de emprego jovem" e anunciou que vai escrever uma carta ao presidente do Conselho Europeu, na qual expressará que "a União Europeia não terá futuro se não der esperança a quem tem o futuro pela frente".

A taxa de desemprego em Itália ultrapassa os 10%, mas entre os jovens situa-se perto dos 40%.

Para Letta, a União Europeia tem de “passar aos actos depois de tantas palavras", porque "não pode tomar decisões, marcar calendários e objectivos e depois passarem meses sem resultados concretos".

Apesar de não defender explicitamente uma renegociação dos tratados, Letta lembrou que os europeus "estão bloqueados, enquanto os Estados Unidos e o Japão seguem caminhos não convencionais, sem dogmas impostos".

Certo é que o primeiro-ministro defendeu, como já o fez várias vezes, que a abolição do limite de 3% para o défice das contas públicas de cada Estado-membro da zona euro seria "um sinal muito importante" e mostraria "um novo caminho para a Itália e para a Europa".