Lesados do papel comercial iniciam vigília permanente junto ao Novo Banco

Promotores da iniciativa dizem que iniciativa terá duração indeterminada.

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Lesados do papel comercial do BES iniciam nova forma de protesto. Nélson Garrido (arquivo)

A Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIECP) iniciou nesta segunda-feira uma vigília permanente junto à sede do Novo Banco em Lisboa, na Avenida da Liberdade, como forma de protesto pelo não reembolso do dinheiro aplicado no produto financeiro vendido pelo BES.

Munidos de mesas, cadeiras e cartazes, o grupo, actualmente de cinco pessoas, “ pretende manter a vigília durante todo o dia, e durante todos os dias que forem necessários”, disse ao PÚBLICO Paulo Ramos, mentor da Iniciativa.

O grupo que integra o protesto é composto por cinco elementos, mas Paulo Ramos garante que haverá clientes lesados suficientes para garantir a vigília por tempo indeterminado. O membro da AIECP também se mostra esperançado de que outros clientes lesados se juntem à iniciativa.

A AIECP  tem realizado várias manifestações a nível nacional, reclamando a devolução do papel comercial subscrito aos balcões do BES, mas que foi emitido por empresas do Grupo Espírito Santo.

Ao contrário de indicações iniciais do Banco de Portugal, de que o reembolso do produto seria assegurado pelo Novo Banco (que resultou do desmoronamento do BES), os investidores continuam a não ter garantias sobre o seu pagamento.  

Na última sexta-feira, numa nota publicada no seu portal, o Banco de Portugal reiterou que os interessados na compra do Novo Banco não têm responsabilidades sobre a dívida emitida pelo GES, que foi colocada aos balcões do BES.

Esta posição já foi contestada pela AIECP, que alerta os potenciais compradores para não acreditarem no que diz o Banco de Portugal, aconselhando-os a ouvir a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a comissão de inquérito parlamentar e o relatório forense.

São cerca de 2500 os clientes lesados pelo papel comercia emitido pela ESI, Rioforte e ES Property, sociedades do GES, em montante que ascende a 550 milhões de euros.

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