Lagarde diz que reformas no FMI a favor dos emergentes dependem dos EUA

Directora-geral do Fundo diz que a China tem “demonstrado liderança económica” e apela a crescimento “mais inclusivo” na segunda economia do mundo.

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Lagarde disse esperar que os países emergentes assumam um papel mais activo no FMI Kim Kyung-Hoon/Reuters

Depois de a China reclamar um papel mais activo para os países emergentes no Fundo Monetário Internacional (FMI), a directora-geral da instituição, Christine Lagarde, veio lembrar neste domingo que as reformas no interior da instituição terão de contar com o aval dos Estados Unidos, que têm a maior quota nas votações do conselho de governadores do FMI.

Em Pequim, onde discursou na Universidade de Tsinghua, Lagarde disse que cabe à maior economia do mundo dar os passos necessários para o FMI adoptar a reforma proposta em 2010 para aumentar o capital do fundo e redistribuir as quotas a favor de países emergentes e países em desenvolvimento.

Em Janeiro, o Congresso norte-americano deixou de fora esta possibilidade na lei do orçamento para este ano, travando assim um reforço do peso da China na instituição e, ao mesmo tempo, uma perda da posição europeia. O monopólio que os europeus e norte-americanos têm mantido no FMI e no Banco Mundial é há vários anos contestado pelos emergentes da Ásia e América Latina.

As regras informais das duas instituições financeiras internacionais têm assegurado a liderança do Banco Mundial para um responsável norte-americano e a direcção do FMI para um responsável europeu. A escolha de Christine Lagarde, então ministra francesa das Finanças, para o cargo de directora-geral do FMI em 2011, manteve esta regra; e, em 2012, o candidato indicado pelos EUA para a presidência do Banco Mundial foi Jim Yong Kim, norte-americano de origem sul-coreana.

No China Development Forum, na capital chinesa, Lagarde disse esperar que os emergentes possam assumir um papel mais activo no FMI. E, referindo-se ao desempenho económico da China nos últimos anos, considerou que Pequim tem “demonstrado liderança económica”. Agora, acrescentou, deve centrar-se em apostar num “crescimento de maior qualidade, mais inclusivo e mais sustentável”.

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