Justiça francesa investiga UBS e acusa ex-dirigente de evasão fiscal

O banco suíço e a subsidiária francesa foram alvo de acusação por alegadamente ajudarem clientes ricos a esconderem dinheiro na Suíça.

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França abriu investigação depois de antigos empregados terem denunciado a existência de um sistema de dupla contabilidade. AFP PHOTO / FABRICE COFFRINI

Um antigo dirigente de topo do banco UBS foi acusado em França de evasão fiscal, como parte de uma investigação ao gigante bancário suíço, informaram na quinta-feira fontes judiciais francesas.

Raoul Weil, o antigo dirigente do segmento de gestão de activos, foi acusado de evasão fiscal e angariação ilegal de clientes franceses no final de Setembro, adiantaram aquelas fontes.

O banco suíço foi acusado durante a investigação, em Julho, e a sua subsidiária francesa em Março, por alegadamente ajudar clientes franceses ricos a esconderem dinheiro na Suíça, num contexto de combate global à evasão fiscal.

Os advogados de Weil disseram, em comunicado, que este “contesta fortemente as duas acusações”.

As acusações contra Weil são datadas do período entre 2004 e 2008 e ele teve de pagar uma caução de 200 mil euros.

A França abriu uma investigação ao UBS depois de antigos empregados terem denunciado a existência de um alegado sistema de dupla contabilidade para esconder os movimentos de capitais para a Suíça.

A Alemanha entregou recentemente aos juízes franceses documentos que lhes permite avaliar os activos dos clientes franceses detidos pelo banco em 2008 em cerca de 12 mil milhões de euros, adiantou uma fonte conhecedora da investigação.

Os documentos também alimentaram suspeitas de que os gestores do UBS estavam sabedores de que parte destes activos estavam ligados a evasão fiscal.

Os juízes franceses ordenaram em 2014 ao UBS que pagasse uma fiança pesada de 1,1 mil milhões de euros.

Weil foi absolvido em Novembro de 2014 das acusações de evasão fiscal nos EUA. Tinha sido acusado de conspirar para ajudar cidadãos norte-americanos a esconderem milhares de milhões de dólares às autoridades fiscais dos EUA.

O UBS cooperou com as autoridades dos EUA sob um acordo alcançado em Fevereiro de 2009, que resultou numa multa de 780 milhões de dólares e na entrega dos nomes de vários dos clientes norte-americanos suspeitos de evasão fiscal.

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