Juíza dá como provado que Berardo prejudicou de modo consciente a imagem de Jardim Gonçalves

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Jardim Gonçalves solicita a Joe Berardo um pedido de desculpas público e uma indemnização de 250 mil euros por difamação Foto: Pedro Cunha

No processo de difamação movido por Jorge Jardim Gonçalves contra Joe Berardo, a juíza que apreciou o caso concluiu que o investidor prejudicou de modo consciente, com as suas afirmações públicas, a imagem do ex-presidente do BCP, mas considerou que não foram estas declarações que puseram em causa o bom nome do banqueiro.

Em causa estão declarações proferidas pelo investidor, após ter rebentado o “caso BCP”, apontando para a alegada “má gestão” de Jardim quando este liderou a instituição.

“O Tribunal [de Oeiras] deu como provado” que Joe Berardo “pôs, conscientemente, em causa a imagem” de Jardim Gonçalves “enquanto banqueiro e empresário, bem sabendo que isso seria publicitado pela comunicação social”, afirmou Magalhães e Silva, o advogado de defesa do fundador do BCP. E nota que a mesma instância (o 1.º Juízo de Competência Cível do Tribunal de Oeiras), inferiu que “daí decorreram danos morais” para o ex-presidente do BCP, onde Joe Berardo é accionista de referência. Magalhães e Silva termina a sua breve nota enviada à comunicação social dizendo “que resta agora aguardar pela sentença sobre a qual, manda a mais elementar prudência, nada há a dizer.”

Por seu turno, fonte próxima de Berardo, que tem como advogado André Luiz Gomes, nota que muito embora tenha sido provado que o investidor “sabia que as matérias que estava a divulgar” prejudicavam a imagem de Jardim Gonçalves, actuou “convicto da veracidade do relatado”. E observa que a juíza “considerou que não foram as declarações" de Berardo que puseram em causa o bom nome do banqueiro, "na medida em que já antes entidades públicas tinham revelado os mesmos factos".

Depois de ter ouvido as várias testemunhas arroladas, a juíza deu hoje a conhecer aos advogados de ambas as partes os factos que considerou comprovados, e os que não foram demonstrados, conclusões que podem ser rebatidas nos próximos 10 dias. A expectativa do Tribunal é que a sentença do julgamento seja proferida antes do início das férias judiciais, a 16 de Julho.

Jardim, que alega ter sido injustamente difamado, solicita a Joe Berardo um pedido de desculpas público e uma indemnização de 250 mil euros, considerada “simbólica” pela sua defesa. Berardo referiu-se “à aldrabice” que os ex-gestores do BCP, liderados por Jardim Gonçalves, “andaram a fazer” e comparou o fundador da instituição a Salazar: “Os dois começaram por fazer um bom trabalho, mas não souberam sair pela porta grande.”

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