JP Morgan chega a acordo para pagar multas de 13 mil milhões de dólares

Negociações com o Departamento de Justiça norte-americano põem fim a alguns processos, mas não livram o banco de continuar sob investigação.

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Jamie Dimon, presidente executivo do JP Morgan Gary Cameron/Reuters

O JP Morgan, maior banco norte-americano em activos, terá chegado a acordo com as autoridades dos Estados Unidos para pôr fim a algumas das acções que enfrenta em tribunal, pagando um conjunto de multas e indemnizações no valor de 13 mil milhões de dólares (9500 milhões de euros).

O montante foi avançado no sábado pela imprensa norte-americana a partir de informações recolhidas junto de responsáveis envolvidos no processo.

O acordo que dá ao banco liderado por Jamie Dimon uma espécie de limpeza judicial em relação a alguns processos, terá sido alcançado na noite de sexta-feira, depois de um contacto entre o presidente do JP Morgan e o procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, avançou o The New York Times.

O banco foi acusado por instituições públicas e privadas que declararam prejuízos relacionados com aplicações feitas através do JP Morgan e por entidades federais que acusavam a instituição financeira de actividade danosa que terá contribuído para a crise financeira internacional.

O acordo com o Departamento de Justiça norte-americano não livra, no entanto, o banco de outras investigações, prevendo que a instituição colabore num inquérito a ex-funcionários que negociaram investimentos hipotecários do subprime imobiliário.

Segundo o mesmo jornal, o procurador-geral falou ao telefone com vários administradores do banco, incluindo o presidente do JP Morgan, a quem terá feito saber que o acordo não tem implicações numa série de investigações criminais, que continuam de pé.

Ainda há questões por afinar para as partes formalizarem um acordo, mas a confirmar-se o essencial do que foi negociado até agora, refere o Wall Street Journal, este será o acordo de maior dimensão que o Governo federal consegue celebrar com uma instituição privada para o pagamento de multas relacionadas com alegadas operações irregulares.

Dos 13 mil milhões de dólares de multas, mais de dois terços (9000 milhões) são pagos a título de multa, que reverterá para os cofres do Estado federal. Os restantes 4000 milhões servem para indemnizar clientes defraudados pelo banco, muitos dos quais tinham subscrito produtos financeiros derivados de hipotecas.

O maior banco dos Estados Unidos enfrenta ainda acusações de alegada tentativa de corrupção na China e revê recentemente de assumir responsabilidades no escândalo financeiro que ficou conhecido por “A Baleia de Londres”, que envolveu operações de alto risco.

Neste caso, a instituição assumiu perdas de 6200 milhões de dólares (cerca de 4500 milhões de euros) e foi condenada a pagar uma multa de 920 milhões de dólares (cerca de 700 milhões de euros), sob acusações de falsificação de documentos e ocultação de provas para esconder as perdas.
 

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