Jerónimo Martins chega às 100 lojas na Colômbia em Junho

Grupo que detém o Pingo Doce vai avançar, no segundo semestre, para uma nova região naquele país da América do Sul onde já tem 86 lojas. A meta é abrir mais 50 em 2015.

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Jerónimo Martins, liderada por Pedro Soares dos Santos, quer aumentar o peso das marcas próprias no Pingo Doce Rui Gaudêncio

Depois do Eixo Cafeteiro, a Jerónimo Martins vai expandir os supermercados Ara para a Costa do Caribe no início do segundo semestre, altura em que conta ter já 100 lojas na Colômbia.

Pedro Soares dos Santos, administrador delegado da Jerónimo Martins, avançou, nesta quinta-feira, que a intenção é abrir um total de 50 novas lojas em 2015, elevando, assim, para 136 o número de unidades. O investimento previsto, que inclui a expansão para a nova região da Colômbia, será de “60 a 70 milhões de euros”.

“O armazém para o Norte está em construção e espero que esteja pronto em Junho. Tudo o que havia para fazer está feito e espero que em Junho ou Julho seja possível abrir a loja número 100 e ter o novo armazém”, disse. “Estou muito esperançado que a nova região avance em Junho”, acrescentou.  A Jerónimo Martins reportou vendas de 66 milhões de euros na Colômbia em 2014 e Pedro Soares dos Santos acredita que os planos de expansão “solidificam que a aposta [neste país] é certa”.

O impacto para o negócio do grupo ainda não é significativo e é na Polónia, com a Biedronka, que o grosso das vendas são feitas (66,5%). “Num ano difícil e cheio de desafios”, a empresa viu os lucros cair 21,1% para 302 milhões de euros. As vendas cresceram 7,2% para 1268 milhões de euros e o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) derrapou 5,6%, para 733 milhões de euros. “Foi a primeira vez que vi o que a deflação representa para uma companhia”, disse Pedro Soares dos Santos, em conferência de imprensa.

A queda de preços e a estratégia de promoções agressiva levou a uma redução no resultado líquido. “Todas as insígnias tiveram um aumento de volume, o que não quer dizer mais dinheiro”, admitiu, defendendo, contudo, que o grupo “reforçou solidez” e “não desperdiçou dinheiro”.

“O que nos move não são os resultados. O que nos move é o todo. O lucro é um dos objectivos, mas toda a cadeia de valor tem de ganhar e ser mais forte. Não é indiferente a forma como se atinge os resultados”, disse, acrescentando que o lucro “não pode ser o objectivo número um”.

Mais promoções e marcas próprias
Em Portugal, o Pingo Doce conseguiu crescer as vendas 1,1% dentro do mesmo universo de lojas e a estratégia de promoções constantes é para manter. “Foi a única empresa a crescer em valor like for like (tendo em conta o mesmo número de lojas)”, sublinhou Pedro Soares dos Santos. Em 2014, foram divulgados mais de 200 folhetos promocionais e lançados ou remodelados mais de 200 produtos de marca própria. Aliás, a empresa quer reforçar o peso nas vendas dos artigos da marca Pingo Doce e passar dos actuais 40% para 50% em três anos.

O controlo da cadeia de produção é uma clara intenção da Jerónimo Martins que, recentemente, criou uma nova unidade de negócio dedicada à produção agro-alimentar e está em vias de comprar a fábrica da Serraleite, cooperativa de Portalegre. A intenção é investir noutros negócios, nomeadamente no peixe e carne. A sub holding “tem de crescer. Não foi criada para uma fábrica de leite”, disse, não querendo avançar mais detalhes sobre novos investimentos. “Tenho muita coisa em vista, mas fica só para mim”, disse.

Quanto às promoções, que incentivaram o consumo desde que a crise estalou, são para manter, ainda que a custo da rentabilidade. Esta tendência de descontos constantes “não só não passou, como aumentou”, garante o administrador delegado. “O cliente só pede uma coisa: promoções”, enfatizou.

Pedro Soares dos Santos disse ainda que os portugueses não estão cansados dos descontos. “Nos últimos dez dias do mês há uma pressão para que as promoções aumentem”, revelou.

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