Jardim diz que omitiu 1113 milhões em "legítima defesa" da Madeira

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Jardim negou a existência de uma "dívida oculta" Miguel Madeira/Arquivo

Alberto João Jardim reconheceu, sábado à noite, ter escondido dívidas da Madeira. Na sexta-feira, o presidente do governo regional tinha negado a existência de uma “dívida oculta” detectada pelo INE e pelo Banco de Portugal.

“O Sócrates, o Teixeira dos Santos e o seu deputado Maximiano [Martins, candidato do PS à presidência do governo], que fez esta pouca vergonha toda à Madeira, tinham uma lei em que o Governo da República podia aplicar sanções sobre o governo regional, se o governo regional continuasse com obras a fazer dívida, porque eles não nos tinham dado o dinheiro e não nos autorizavam a fazer dívida”, argumentou ontem Jardim num jantar-comício, na Ribeira Brava.

“Foi por isso que não era aconselhável, porque eles ainda nos tiravam mais dinheiro, se andássemos a mostrar o jogo todo a um Governo socialista que não era sério”, revelou Jardim. “Nós estávamos em estado de necessidade e, por isso, agimos em legítima defesa”, alegou.

No dia anterior, durante a inauguração de um infantário em Santo António, no Funchal, Jardim negou peremptoriamente a existência de uma "dívida oculta" de 1113,3 milhões nas contas da Madeira, atribuindo a responsabilidade da situação revelada pelo INE e Banco de Portugal à Lei das Finanças Regionais. ”Não há dívida oculta nenhuma", mas sim uma "interrupção de financiamentos de investimentos que estavam em curso e adjudicados, devido a uma lei de finanças regionais".

Jardim justificou que, face a essa nova lei "que ia pôr tudo parado e deixar tudo interrompido", o seu governo "prosseguiu na mesma com esses investimentos". E explicou que esses investimentos "não foram imediatamente contabilizados" devido à necessidade de "ter de se fazer um acerto com a banca e com os fornecedores".

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