Novas inscrições nos centros de emprego aproximam-se do recorde de 2011

IEFP dá conta de 79.291 novos inscritos, um número muito próximo dos piores níveis de 2011. Total de desempregados registados recua ligeiramente.

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Nos últimos dois meses, o número de novas inscrições nos centros de emprego voltou aos níveis de 2011, quando se registou o número mais elevado de novos desempregados. As estatísticas divulgadas esta segunda-feira pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) dão conta de 79.291 novas inscrições ao longo do mês de Outubro, mais 4,7% do que no ano passado.

Embora se verifique um recuo face a Setembro, quando se registaram 80.176 novos desempregados, estes dois meses ficam muito próximos dos 80.462 novos inscritos em Setembro de 2011, altura em que se bateu o recorde dos últimos 13 anos.

Este indicador é o que melhor ilustra a situação do mercado de trabalho e a realidade dos centros de emprego, uma vez que dá conta do fluxo de desempregados que ao longo do mês recorre aos serviços para se inscrever.

Contudo, o aumento das novas inscrições acaba por não ter reflexo na evolução do número total de desempregados registados no final de Outubro. Se olharmos para os 694.904 desempregados inscritos no fim do mês, observa-se um recuo de 0,3% em relação a Setembro e uma estabilização em relação ao ano passado (menos 96 desempregados em stock).

Estes resultados acabam por ser influenciados pelo número de desempregados ocupados, isto é, integrados em programas de emprego ou formação profissional (excepto quando se trata de programas que visam a integração directa no mercado de trabalho, como é o caso do Estímulo 2013) e pelo número de pessoas indisponíveis temporariamente por motivos de doença.

Em Outubro, o IEFP dá conta de 128.533 desempregados ocupados, um aumento de 77,5% em relação ao ano passado e de 11,8% em relação a Setembro. Havia também 19.914 indisponíveis, um aumento anual de 2,4% e mensal de 8,3%.

Esta redução dos desempregados em stock pode também ser fruto da melhoria das perspectivas económicas no terceiro trimestre. De acordo com o INE, o Produto Interno Bruto registou um crescimento de 0,2% em comparação com o trimestre anterior.

O IEFP também dá conta de um aumento das ofertas de emprego e das colocações de desempregados. Ao longo do mês de Outubro, os centros de emprego receberam 14.947 ofertas de trabalho, mais 62% do que no ano passado. As colocações também surpreenderam: 8.610 pessoas foram colocadas, mais 56,5% do que há um ano.

As ofertas de emprego por preencher totalizavam 19.566 no final de Outubro, mais 69,2% em termos homólogos, mas menos 0,4% do que em Setembro. As actividades económicas com mais expressão nas ofertas de emprego foram as actividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio, comércio por grosso e retalho, administração pública, educação, saúde e apoio social, alojamento, restauração e similares e construção.

No terceiro trimestre, a taxa de desemprego apurada pelo Instituto Nacional de Estatística, recuou para 15,6%, mas a destruição de postos de trabalho acentuou-se. O Governo prevê que, no ano de 2014, a taxa de desemprego seja de 17,7%.
 
 

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