Inflação da zona euro cai para 0,3%

Conselho do Banco Central Europeu reúne-se na próxima semana.

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Banco central adoptou em Junho medidas para fomentar o aumento de preços Paulo Pimenta

A inflação nos 18 países da zona euro voltou a recuar, colocando pressão para que o Banco Central Europeu (BCE) adopte mais medidas que ajudem a inverter a tendência de aumento reduzido dos preços.

De acordo com a estimativa do Eurostat, publicada nesta sexta-feira, os preços em Agosto subiram 0,3% quando comparados com o mesmo mês de 2013, abaixo do aumento homólogo de 0,4% verificado em Julho, que já tinha sido o valor mais baixo dos últimos cinco anos.

A maior subida dos preços aconteceu nos sectores dos serviços, com um aumento de 1,2%, contra 1,3% verificados no mês passado. Seguem-se os bens industriais (0,3%, depois de uma estagnação de preços em Julho), comida, álcool e tabaco (uma descida de 0,3%, tal como no mês passado) e a energia (onde os preços caíram este mês 2%, depois de terem recuado 1% em Julho).

Os novos dados, a que se juntam uma quebra de confiança na economia por parte dos consumidores e das empresas e um crescimento reduzido no segundo semestre, vêm dar força ao argumento de que o banco central deve voltar a reforçar os estímulos à economia, nomeadamente de forma semelhante ao que fez o congénere dos EUA, a Reserva Federal. O conselho do BCE (onde têm assento os governadores dos bancos nacionais) vai reunir-se na próxima quinta-feira, em Frankfurt, Alemanha. 

Na última sexta-feira, numa conferência de responsáveis dos principais bancos centrais do mundo, Draghi afirmou que estaria disposto a novas medidas para estimular a economia da zona euro se as que estão em curso não funcionassem. As afirmações levaram a uma onda de optimismo nos mercados financeiros.

Em Junho, a instituição liderada pelo italiano Mario Draghi – cujo mandato inclui a missão de manter a inflação próxima dos 2% – já tinha apresentado um pacote de medidas para combater a inflação. Entre elas, estava uma descida das taxas de juro usadas nos empréstimos aos bancos nacionais, que foram reduzidas para um novo mínimo histórico, de 0,15%. Além disso, e pela primeira vez, instaurou taxas de depósitos negativas para os bancos nacionais (de 0,1%), o que significa que estes têm de pagar para ter o dinheiro depositado no BCE. Ambas as medidas pretendem funcionar como um incentivo para que os bancos emprestem dinheiro.

Naquele mês, o BCE decidiu também avançar com um novo programa de créditos de longo prazo aos bancos e acabar com uma política que implicava a chamada esterilização da compra de dívida, uma prática que fazia com que que as compras de dívida feitas pelo banco central fossem acompanhadas por medidas que retiravam liquidez do mercado.
 

   


 

   





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