INE vai continuar a divulgar números provisórios do desemprego

Nesta segunda-feira o instituto publica as estatísticas provisórias de Julho e as definitivas de Junho.

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Na conferência de imprensa de 7 de Agosto Alda Carvalho chegou a admitir que o INE deixasse de divulgar dados provisórios do desemprego Rui Gaudêncio

Apesar da polémica, o Instituto Nacional de Estatística (INE) vai continuar a publicar as estatísticas mensais do mercado de trabalho como até aqui. O próximo destaque será divulgado já nesta segunda-feira e inclui os dados provisórios do mês de Julho e os números definitivos de Junho.

A garantia foi dada ao PÚBLICO pelo serviço de comunicação do INE que, no início de Agosto, tinha equacionado suspender a divulgação das estatísticas provisórias. “O INE vai continuar a publicar as Estatísticas Mensais sobre o Emprego e Desemprego. As próximas, que serão divulgadas no dia 31 de Agosto, contemplam as estimativas provisórias relativas ao mês de Julho e as estimativas definitivas respeitantes a Junho”, respondeu.

Em Novembro do ano passado, o instituto começou a publicar as estimativas mensais e explicava, numa nota técnica, a metodologia usada. Os dados divulgados todos os meses dizem respeito a trimestres móveis e são provisórios. Ou seja, o trimestre é composto por dois meses para os quais a recolha da informação do inquérito já foi concluída e um mês para o qual o INE faz uma projecção. Por essa razão, só no mês seguinte, quando a recolha da informação está concluída, é que os dados definitivos são publicados.

Perante a sensibilidade do tema, Alda Carvalho, a presidente do INE, foi chamada ao Parlamento no início de 2015 para explicar a origem das revisões que rondavam os 0,2 pontos percentuais.

A polémica voltou a instalar-se em Junho, quando o instituto publicou os dados definitivos de Maio, que foram sujeitos à maior revisão desde Novembro do ano passado. A diferença entre a taxa de desemprego provisória (13,2% da população activa) e a definitiva (12,4%) foi de 0,8 pontos percentuais. A maioria PSD/CDS-PP apressou-se a destacar a melhoria do mercado de trabalho, enquanto os partidos da oposição concluíam que o desemprego baixara à custa da emigração e dos inactivos. A comissão de trabalhadores do instituto não gostou do que chamou “aproveitamento político” dos dados e defendeu a independência da instituição.

Para responder às críticas, o INE convocou uma conferência de imprensa na qual chegou a colocar a possibilidade de deixar de publicar dados provisórios. A dirigente do INE reconheceu que ficou surpreendida com a magnitude da revisão dos dados de Maio, mas recusou qualquer erro no apuramento dos dados. Lembrou que o próprio Eurostat (o organismo de estatísticas europeu) faz revisões e questionou a “maturidade da sociedade” na leitura destes dados provisórios. “O custo é [mais] um mês na disponibilização da informação”, observou Alda Carvalho, depois de ter explicado com detalhe a metodologia utilizada.

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