Indicador de actividade económica em terreno positivo pelo quinto mês consecutivo

Consumo e actividade económica mantiveram em Fevereiro a tendência de recuperação nos indicadores do Banco de Portugal.

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O indicador do consumo teve um crescimento homólogo de 1,3% em Fevereiro Daniel Rocha

A beneficiar da tendência de recuperação do consumo e de alguns sinais de recuperação da procura interna, o indicador de actividade económica medido pelo Banco de Portugal manteve-se em terreno positivo pelo quinto mês consecutivo. Em Fevereiro, o índice estabilizou, registando uma variação positiva igual à de Janeiro (um crescimento homólogo de 1%), segundo dados publicados nesta sexta-feira pelo banco central.

Um ano antes, este indicador estava com uma queda de 2,2%, movimento que só se inverteu em Outubro, quando a evolução tendencial do índice registou a primeira variação positiva desde a chegada da troika.

As trajectórias da actividade económica e do consumo têm andado praticamente lado a lado. Se o indicador de actividade voltou a terreno positivo em Outubro, no mês seguinte seria acompanhado por uma recuperação do indicador do consumo, que se acentuou de mês para mês.

Com a melhoria do sentimento económico dos empresários e dos consumidores, o indicador do consumo apresentou em Fevereiro um crescimento homólogo de 1,3%, mais forte do que em Janeiro, em que o crescimento fora de 1%.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, no quarto trimestre, o consumo privado teve um crescimento homólogo de 0,7%, quando no trimestre anterior tinha recuado 0,9%.Como lembra o banco central, no trimestre terminado em Fevereiro de 2014, o indicador de sentimento económico medido pela Comissão Europeia mostra uma melhoria generalizada dos indicadores de confiança dos consumidores e nos vários sectores de actividade.

Para este ano, aliás, o Banco de Portugal, o Governo e a troika contam com uma recuperação gradual do consumo privado e da procura interna, tendo revisto em alta as projecções de crescimento da economia em função uma melhoria nas perspectivas destes indicadores. Na 11.ª avaliação regular ao programa de resgate financeiro, a troika e o Governo passaram a projectar um crescimento de 0,7% no consumo privado, um aumento de 3,1% no investimento e um crescimento de 0,6% na procura interna.

As perspectivas mais recentes do banco central, de Dezembro, são mais baixas. A prever um aumento do consumo de 0,3%, um crescimento de 1% no investimento e uma progressão de 0,1% na procura interna, a instituição liderada por Carlos Costa projecta um crescimento de 0,8%.

A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, frisou esta semana que “a procura interna deverá ter um contributo positivo para o crescimento do produto – o que já não acontecia desde 2010”. Nesse ano, “as exportações líquidas tiveram um contributo nulo para o crescimento”, mas este ano deverão já “contribuir exactamente na mesma medida da procura interna – em cerca de 0,6 pontos percentuais”, disse na quarta-feira no Parlamento.

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