Importações de petróleo disparam 28% mas factura desce mais de 700 milhões

Portugal importou mais dois milhões de toneladas de petróleo entre Janeiro e Agosto.

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Daniel Rocha

Muito mais compras, mas a um valor bastante inferior. Este é o retrato da dinâmica da economia portuguesa com o petróleo, do qual é dependente, cuja de baixa de preços está a beneficiar as contas nacionais. Nos oito primeiros meses do ano, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo INE, a factura energética das compras de petróleo e derivados desceu 761 milhões de euros em termos homólogos. Este factor podia ser menos relevante caso as compras tivessem caído um pouco, ou subido de forma modesta, mas não foi esse o caso.

De acordo com os dados cedidos ao PÚBLICO pela Direcção Geral da Energia e Geologia (DGEG)e pela Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC), as importações de petróleo bruto, em toneladas, subiram 27,9% entre Janeiro e Agosto, atingindo 9.146.684 toneladas, pelas quais se pagou 3.472.719 mil euros. Em idêntico período de 2014, tinham sido importadas 7.151.259 toneladas, cuja factura chegou aos 4.216.427 mil euros. Neste caso, a descida do valor a pagar foi de 744 milhões, porque os dados do INE, além do petróleo bruto, incluem também outros produtos transformados.

A baixa de preços, conjuntural, ajuda a manter o défice da balança comercial de bens menos elevado em termos nominais, ao mesmo tempo que permite dar alguma folga ao rendimento dos particulares e à despesa das empresas, beneficiando a economia em geral. Há, no entanto, um contraponto, que passa pela quebra de exportações para Angola, um dos principais clientes dos produtos portugueses e que tem sido afectada pela actual tendência de preços baixos do petróleo. Um outro aspecto prende-se com o valor das exportações de produtos refinados da Galp, nomeadamente para os EUA, que também saem afectadas.

Estes dados surgem numa altura em que as compras de veículos automóveis, impulsionadas pela recuperação do crédito ao consumo, continuam em níveis elevados face ao passado recente, fazendo crescer a factura das importações. com Ana Brito

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