Iberia "empurra" prejuízos do grupo IAG para 630 milhões

Resultado negativo do grupo que também detém a British Airways quase quintuplicou no primeiro trimestre.

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A Iberia avançou com um despedimento de 3141 trabalhadores Nelson Garrido

O grupo IAG, que resultou da fusão entre as companhias aéreas Iberia e British Airways, apurou um prejuízo de 630 milhões de euros no primeiro trimestre, quase cinco vezes mais do que no mesmo período do ano passado. Boa parte do resultado negativo resulta de custos assumidos na reestruturação da companhia espanhola, de acordo com os resultados publicados nesta sexta-feira pela IAG.

Segundo a informação enviada ao regulador do mercado de capitais espanhol, os prejuízos estão “principalmente” relacionados com os custos do processo de despedimento colectivo na Iberia abrangendo 3141 trabalhadores.

O resultado operativo de todo o grupo, em que se inclui a Vueling e a Iberia Express, ascendeu a 278 milhões de euros negativos, contra perdas de 249 milhões de euros no primeiro trimestre de 2012.

O volume de negócio da IAG ascendeu a 3939 milhões de euros, mais 0,5% do que nos primeiros três meses de 2012.

O presidente da IAG, Willie Walsh, faz, porém, uma leitura positiva dos resultados, uma vez que o primeiro trimestre ficou marcado por medidas “transitórias” que, segundo o grupo, beneficiarão as empresas “a longo prazo”.

Na British Airways, o número de funcionários aumentou por causa da chegada de novos aviões. E por causa dos custos de restruturação de pessoal na Iberia, ao abrigo do chamado ERE (Expediente de Regulação de Emprego), o grupo assumiu provisões de 265 milhões de euros, penalizando os resultados.

Ao mesmo tempo, diz Willie Walsh, o resultado tem em conta “a difícil situação económica” de Espanha e o impacto do “conflito sindical” de dez dias no tráfego da companhia espanhola.

O período de greve, em Fevereiro e Março, pesou na diminuição de tráfego da transportadora que, segundo o jornal El País, foi o mais baixo desde 2003. Mesmo com o período da Páscoa a beneficiar a operação do mês de Março, a Semana Santa não conseguiu compensar as perdas associadas ao cancelamento de 40% dos voos nos períodos de greve contra a reestruturação da empresa, feita com despedimento de trabalhadores e reduções salariais.

Foi também em pleno processo de reestruturação que, em Março, o então presidente da Iberia, Rafael Sánchez-Lozano, se demitiu, sendo substituído por Luis Gallego, antes o responsável pela subsidiária low cost Iberia Express.

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