IATA marca "última chamada" de bilhetes de avião em papel para 31 de Maio de 2008

A medida vai permitir à indústria poupar 2100 milhões de euros por ano
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A medida vai permitir à indústria poupar 2100 milhões de euros por ano PÚBLICO
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Dentro de 278 dias os tradicionais bilhetes de avião impressos em papel só irão circular nas mãos dos coleccionadores. Esta é, pelo menos, a expectativa da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), uma organização que representa 240 companhias aéreas de todo o mundo e que ontem anunciou ter feito a última encomenda do suporte de papel para a emissão de bilhetes de avião.

Usando a terminologia praticada nos aeroportos, e num comunicado ontem divulgado no sítio da Internet da IATA, o presidente executivo da organização, Giovanni Bisignani, fez a "última chamada" ("last call") para os bilhetes em papel, e afirmou que os 60 mil agentes que trabalham com o sistema Billing and Settlement Plan (BSP) da IATA poderão emitir 16,5 milhões de bilhetes. A partir do dia 1 de Junho de 2008 todos os bilhetes de avião deverão ser emitidos pela via electrónica.

O electronic ticketing (ET) foi testado em Portugal há cerca de dez anos, pelas mãos da TAP, nos voos com ligação ao Funchal. Hoje em dia, "mais de 90 por cento dos bilhetes TAP" são emitidos em suporte electrónico, estando a companhia aérea portuguesa "mais do que apta" a cumprir este objectivo da IATA, como confirmou o porta-voz da empresa, António Monteiro, em declarações ao PÚBLICO.

A TAP estaria, inclusive, preparada para cumprir a meta inicialmente avançada e que passava por todos os bilhetes de avião terem emissão electrónica até ao fim deste ano. O objectivo "100 por cento ET", como se lhe refere a IATA, foi lançado há 38 meses; nessa altura, os bilhetes electrónicos significavam apenas 16 por cento dos bilhetes emitidos.

O novo prazo, de 31 de Maio de 2008, acrescenta quase um semestre às agências para se adaptarem a esta nova realidade, que exige sobretudo meios técnicos. Não é conhecida qualquer oposição das agências de viagens e das companhias aéreas a utilizarem estes bilhetes; e os passageiros também já lhe reconhecem as vantagens de segurança e comodidade.

Esta medida permitirá não só poupar o abate de muitas árvores, mas também custos às companhias aéreas. Segundo a IATA, a emissão de um bilhete electrónico fica 6,5 euros mais barato do que um bilhete em papel, pelo que a indústria de aviação poderá poupar, com esta medida, qualquer coisa como 2100 milhões de euros por ano.

Segundo a TAP, até ao fim do ano a companhia aérea portuguesa deverá emitir mais de 2,5 milhões de bilhetes, e espera fazê-lo integralmente pela via electrónica. Se fossem impressos em papel custar-lhe-ia mais de 16 milhões de euros.

O desafio agora é conseguir também que os passageiros de viagens que incluam companhias aéreas diferentes possam usar um único bilhete electrónico, o chamado interline electronic ticketing. Com prioridade dada e assumida aos parceiros que com ela integram o grupo Star Alliance, a TAP já tem cerca de metade dos seus destinos combinados cobertos por este bilhete electrónico combinado.

A TAP vai aumentar para onze o número de voos semanais entre Portugal e Cabo Verde. Para além da ligação diária à ilha do Sal, a partir de 28 de Outubro a TAP voará para a Cidade da Praia. Com partidas de Lisboa às quintas, sextas, sábados e domingo, às 21h50, a Cidade da Praia passa a ser o oitavo destino da rede TAP em África (voa também para Bissau, Dacar, Joanesburgo, Luanda, Maputo e São Tomé). Nos primeiros sete meses deste ano, a TAP transportou, no conjunto da sua rede para o continente africano, 236 mil passageiros.

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