Hotelaria perdeu 5% de reservas com greve na TAP

Impacto de 90 milhões para todo o sector do turismo. Hotéis perderam sete mil hóspedes, menos do que o esperado.

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Greve obrigou muitos turistas a prolongarem a estadia em Portugal Miguel Manso

A greve dos pilotos da TAP provocou uma queda média de apenas 5% no número de reservas nos hotéis nacionais. De acordo com a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) que fez um inquérito aos associados, este valor corresponde a reservas que não foram recuperadas. Do total, 56% dos inquiridos registou cancelamentos.

"Houve uma perda geral para toda a cadeia de 90 milhões de euros mas em termos de hóspedes para a hotelaria perderam-se apenas sete mil hóspedes", disse Cristina Siza Vieira, presidente da direcção executiva da AHP. O valor global dos prejuízos é estimado com base nas receitas do turismo no período homólogo, compiladas pelo Banco de Portugal, e inclui 35 milhões de perdas reportadas pela TAP devido à paralisação de dez dias em Maio.

O impacto da greve acabou por não ser tão drástico como foi antecipado devido à realização de 70% dos voos e aos bons resultados do turismo. "Estes resultados não são uma grande surpresa porque fomos monitorizando ao longo do tempo. Os impactos começaram a sentir-se cinco dias antes e projectaram-se cinco dias depois da greve", afirmou Cristina Siza Vieira, revelando que houve até um "efeito menos mau": o prolongamento da estadia. “A hotelaria nacional acabou por ficar menos refém do impacto desta greve”, admitiu, recusando ter havido alarmismo nas projecções iniciais que apontavam para prejuízos globais de 300 milhões de euros. “O número foi feito com base na concretização de 100% de adesão à greve”, sustenta.

Do total de hotéis inquiridos que registaram cancelamentos (56% da amostra), metade deu conta de que os cancelamentos e as novas reservas não influenciaram a sua taxa de ocupação. Apenas 38% respondeu afirmativamente e, destes, dois terços confirmaram uma quebra na taxa de ocupação.

Segundo os dados da AHP, os visitantes estrangeiros que mais cancelamentos efectuaram foram França (22%), Reino Unido (20%), Brasil e Alemanha (ambos com 16%). A região com mais cancelamentos foi Lisboa (71%). Seguiu-se o Centro (50%), a região Norte (47%) e o Alentejo (27%).

Além dos impactos da greve na actividade da hotelaria, a associação quis saber o que pensam os empresários sobre o futuro da TAP depois da greve. Reestruturação e despedimentos foram o desfecho apontado por 47% dos inquiridos .

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