GVC ganha guerra pela Bwin e cria novo gigante de apostas online

Negócio vale 1,5 mil milhões de euros e põe fim quatro meses de propostas e contrapropostas. Empresa competia com a rival 888 pela compra da casa de apostas.

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Anúncio da GVC põe fim a um processo que começou em Novembro de 2014. Paulo Pimenta

Depois de um longo período com ofertas de parte a parte, a Bwin escolheu finalmente o novo dono. A GVC anunciou nesta sexta-feira que a proposta de 1,116 mil milhões de libras (1,525 mil milhões de euros) em dinheiro e acções para a aquisição da Bwin foi aceite. Desde Maio até agora, a oferta foi melhorada em cerca de 300 milhões de euros.

O negócio concretiza-se com a GVC a oferecer 25 pences por cada acção da Bwin, sendo parte do capital para esta operação assegurado pelo banco de investimento privado norte-americano Cerberus. O restante é pago com acções da GVC.

A empresa resultante desta aquisição constitui-se assim como uma das maiores da indústria do jogo online. A Reuters estima que as apostas desportivas online constituam 70% do total das receitas do novo grupo, com esta percentagem a representar uma facturação esperada de 4,5 mil milhões de euros.

À mesma agência, o presidente executivo da GVC, Kenny Alexander, disse que “a não ser que tenhas escala, vais fazer um grande esforço para sobreviver”.

“Ao juntar a GVC com a Bwin vamos criar um dos líderes no mercado de apostas desportivas online, capaz de competir neste novo panorama”, afirma o executivo que vai liderar o grupo resultante da aquisição.

Por “novo panorama”, Kenny Alexander refere-se à legislação aplicada pelo executivo de David Cameron, que aumenta a tributação a empresas na área das apostas e é um factor decisivo para as recentes movimentações na indústria do jogo no Reino Unido.

Apesar de ter o seu edifício administrativo em Londres, a GVC tem sede fiscal na ilha de Man, uma pequena ilha situada entre a Grã-Bretanha e a Irlanda. A Bwin está sedeada em Gibraltar, sob administração da coroa britânica que, tal como a ilha de Man, tem um regime fiscal mais favoráveis que no restante Reino Unido.

A Bwin, que estava mais inclinada para aceitar a proposta da 888, mudou a preferência e o presidente, Philip Yea, explica numa entrevista publicada no site da empresa que uma oferta mais alta e a histórico de aquisições bem-sucedidas da GVC, bem como a apresentação de um “plano de integração relativamente rápido”, constituíram factores determinantes para a escolha.

No entanto, a decisão não foi pacífica entre os accionistas da Bwin e Philip Yea refere mesmo que houve “uma divisão nos accionistas”. De recordar que a empresa tinha já rejeitado uma proposta da GVC em parceria com a canadiana Amaya Gaming (que comprou a Poker Stars em 2014) de 110 pences por acção, justificando na altura era “demasiado complexa” e “com perspectivas de crescimento menos atractivas”.

A aquisição vai permitir uma poupança de 125 milhões de euros em custos operacionais até 2017. Em relação aos trabalhadores, Philip Yea, que não vai integrar a direcção do novo grupo, disse que “não se alcança esse nível de sinergias sem que haja algumas mudanças na estrutura”. O mesmo quer dizer que está em cima da mesa a redução de pessoal.

Há pouco menos de um ano, em Novembro de 2014, a casa de apostas online deu a entender que podia estar no mercado e em Maio a primeira proposta oficial da GVC estabeleceu o ponto de partida de três meses de propostas e contra propostas entre a companhia e a 888. 

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