Grupo de manifestantes invade Ministério do Trabalho em Atenas

Manifestantes gregos reagiram com violência a declaração do ministro do Trabalho alegando a existência de “clientelismo” na Segurança Social.

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A polícia grega deteve 40 pessoas ARIS MESSINIS/AFP

Um grupo de manifestantes de uma central sindical grega forçou a entrada do Ministério do Trabalho, em Atenas, onde permaneceram durante cerca de duas horas, em reacção contra as medidas de austeridade do Governo de coligação. Do lado de fora, três centenas de manifestantes apoiavam a acção de protesto com cartazes e palavras de ordem.

Momentos de tensão entre a polícia e os manifestantes concentrados à porta do ministério eclodiram quando as autoridades detiveram quem invadira o edifício, segundo a agência Reuters.

No grupo que entrou no edifício (e que, mais tarde, foi levado pela polícia) estavam, segundo o jornal Kathimerini, cerca de 30 pessoas ligadas à Frente de Luta dos Trabalhadores (PAME), próxima do Partido Comunista, que convocara a concentração.

Para dispersar os que de fora se concentravam naquela artéria da capital grega, a polícia lançou gás lacrimogéneo em frente ao ministério. Ao todo, foram detidas 40 pessoas. Um manifestante ficou ferido.

Mobilizados contra as medidas de austeridade e cortes no sector público, os manifestantes reagiram a uma afirmação polémica do ministro do Trabalho, Yiannis Vroutsis, na véspera, quando criticou aquilo que considera ser o “clientelismo na área da Segurança Social”.

Em solidariedade contra o grupo que forçou a entrada no edifício, os restantes organizavam-se em protesto do lado de fora. Num grito de ordem, responderam ao ministro do Trabalho: “Não somos clientes, somos trabalhadores”. E, num cartaz que a Reuters observou, lia-se: “Não aos cortes!”.

O Governo reagiu aos confrontos, com o porta-voz Simos Kedikoglou a condenar a violência e a ocupação do ministério. Do relato dos jornais e das agências de notícias internacionais, não é claro se, durante o tempo em que os manifestantes estiveram no interior do edifício, falaram com o ministro ou mesmo se este ali se encontrava.

Para quinta-feira, está agendado um dia de greve na Grécia, com paralisações previstas nos transportes e no sector da saúde, depois de o Governo ter posto fim, na semana passada, a uma greve de nove dias no metro. Os sindicatos apelaram a um novo movimento de contestação aos cortes salariais e às medidas de austeridade do Governo de coligação.
 
 
 

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