Greve na TAP sem impactos na operação da companhia

No primeiro de quatro dias de greve, a operação da TAP está a decorrer sem sofrer impactos. A requisição civil aprovada pelo governo está a ser respeitada.

Foto
A decisão de relançar a privatização da companhia aérea, suspensa em Dezembro de 2012, acendeu uma onda de contestação Daniel Rocha/PÚBLICO

Na página da ANA - Aeroportos de Portugal, pelas 10h30, os voos da TAP programados estavam a ser cumpridos, sem haver referência a qualquer ligação cancelada.

Logo ao início da manhã, a Lusa constatou no aeroporto de Lisboa a inexistência de qualquer perturbação à operação da companhia liderada por Fernando Pinto, apesar de três sindicatos terem mantido os pré-avisos de greve contra a intenção do Governo de vender até 66% do grupo TAP.

Os sindicatos nacionais dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), do Pessoal do Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e o dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) mantiveram pré-avisos de greve, depois de os restantes nove sindicatos (dos 12 que em conjunto tinham apresentado pré-avisos de greve) terem anunciado, na quarta-feira, a desconvocação da paralisação.

Os três sindicatos afirmaram que acatariam a requisição civil decretada pelo Governo e na sexta-feira, o SINTAP e o SITAVA reforçaram a decisão, apelando aos funcionários da TAP que se apresentem ao serviço durante o período de greve, sendo que o SITAVA aguarda ainda pela decisão do tribunal sobre o pedido de impugnação da requisição civil decretada pelo Governo.

Na quarta-feira, o Governo aceitou discutir com os sindicatos as condições para manter a TAP em Portugal por dez anos após a privatização da empresa, segundo um memorando assinado pelo executivo e pelos nove sindicatos da TAP que desconvocaram a greve. Os trabalhadores vão ter uma palavra a dizer nas decisões estratégicas para o futuro da empresa, através da participação num conselho consultivo, , informaram aos seus associados nove sindicatos que desconvocaram a greve de quatro dias.

"Desde o início, que todos os sindicatos acordaram/concordaram (...) que havia um cenário em que teríamos que garantir os direitos daqueles que representamos", lê-se no documento a que a Lusa teve acesso, realçando que "esse deve ser o objectivo primordial de qualquer sindicato responsável".

As negociações com o Governo permitiram salvaguardar direitos nos acordos de empresa (conteúdo e validade), despedimentos colectivos, subcontratação ou externalização ilimitada das atividades do grupo, seguros e fundos de pensões, proteção das antiguidades, garantia da manutenção da sede e da base operacional (HUB), em território Português e salvaguarda da marca - TAP PORTUGAL -, enumeram os sindicatos.
"Em paralelo, ficou definido que até 31 de Janeiro de 2015, os sindicatos e o conselho de administração da TAP, com a orientação do Governo, resolverão todas as disputas interpretativas em curso no domínio dos Acordos de Empresa, de todas as empresas do grupo", acrescentam.

A decisão de relançar a privatização da companhia aérea, suspensa em Dezembro de 2012, acendeu uma onda de contestação que culminou com a marcação desta greve por uma plataforma que juntou 12 sindicatos, à qual o Governo respondeu com a imposição de uma requisição civil aos trabalhadores da TAP, para minimizar o impacto da paralisação sobretudo a pensar nas famílias que se encontram em viagem no Natal.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários