A greve desta quarta-feira na Refer cancelou, até às 16h, mais de 600 comboios. Num dia normal, circulariam 892 composições, mas operaram apenas 273, praticamente todas ao abrigo dos serviços mínimos definidos pelo tribunal arbitral, referiu fonte oficial da CP.

Quinta-feira será a vez de a própria CP ser afectada por protestos de trabalhadores, já que foi agendada uma greve de 24 horas. No entanto, a transportadora ferroviária não espera perturbações tão fortes quanto as sentidas nesta quarta-feira pelo facto de os sindicatos dos maquinistas e dos revisores não terem aderido à paralisação (embora todos os funcionários estejam abrangidos pelo pré-aviso da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações).

 “A empresa tem a expectativa de realizar a maioria dos serviços ferroviários, contando com a disponibilidade de todos os trabalhadores que se queiram apresentar ao serviço e não tendo conhecimento de circunstâncias que permitam prever perturbações significativas na circulação”, referiu fonte oficial da CP.

Já os sindicatos têm previsões diferentes. José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, afirmou à Lusa que se espera “fortes perturbações” na circulação de comboios “em todo o país”.

Também para quinta-feira estão agendadas greves parciais na Carris (das 9h30 às 15h30) e na STCP (das 8h00 às 16h00), que gerem a rede de autocarros em Lisboa e no Porto, mantendo-se também os protestos no grupo Transtejo. No Metro de Lisboa foi convocada nova greve, desta vez entre as 5h30 e as 12h30, para 19 de Novembro.

Os trabalhadores contestam as medidas inscritas no Orçamento do Estado para 2014, nomeadamente os cortes salariais e a suspensão dos complementos de reforma, bem como as regras previstas na nova lei das empresas públicas, que entrará em vigor a 2 de Dezembro.