Gregos e troianos, devedores e credores

Para quem foi eleito com base em promessas eleitorais de acabar com a austeridade, terá com certeza muitas explicações a dar a nível doméstico. Alexis Tsipras já terá aparentemente conseguido o mais difícil, que é convencer os credores oficiais a aceitar o seu plano de cortes em troca de mais financiamento. Não menos difícil será convencer os gregos e as várias facções dentro do Syriza de que a austeridade adicional não vai ao arrepio de tudo o que tem defendido. Mesmo sabendo que a margem de manobra de Tsipras é praticamente nula, dada a grande intransigência de Merkel e companhia, dentro do Syriza já há quem levante a voz e ameace chumbar as novas medidas, quando essas chegarem ao Parlamento. Para um partido que resultou da junção de 13 forças políticas, com uma paleta de sensibilidades que vão de maoístas a sociais-democratas, Tsipras terá pela frente uma tarefa (mais uma) hercúlea para conseguir agradar a gregos e troianos.

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