A Grécia conta fazer brevemente uma emissão de dívida no mercado, a primeira desde que recebeu o primeiro pacote de ajuda da zona euro e FMI, há 4 anos, esperando evitar ter de recorrer a um terceiro resgate para cobrir as suas necessidades de financiamento. A nova emissão, que o Governo conta realizar nos próximos três meses, refere-se a dívida a cinco anos, para a qual Atenas poderá ter pagar juros entre 3,5% e 6%.

Se a emissão for bem-sucedida – o que ninguém está em condições de garantir dois anos depois da maior reestruturação de sempre de dívida detida por privados – o país espera poder começar a preparar um regresso progressivo ao mercado para cobrir um buraco de financiamento de 10.000 a 15.000 milhões de euros, em 2014 e 2015.

Atenas já recebeu dois pacotes de ajuda da zona euro e FMI no valor total de 240.000 milhões de euros em troca de duros programas de austeridade.

“Neste momento, não esperamos que a Grécia precise de um terceiro pacote de ajuda”, afirmou Michael Spindelegger, ministro austríaco das Finanças. “Decidiremos mais tarde este ano se uma ajuda suplementar será necessária”, afirmou por seu lado Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo.

Os 18 do euro decidiram, por outro lado, libertar 8300 milhões de euros do segundo resgate, cuja aprovação se arrastava há meses devido a desacordos com os credores sobre as medidas de consolidação orçamental e reformas estruturais associadas. Um primeiro montante de 6300 milhões será libertado até ao fim de Abril, de modo a permitir a Atenas refinanciar dívida que vence em Maio, ficando o restante para pagar em Junho e Julho desde que cumpra as condições impostas pelos credores.