Grécia quer antecipar saída da troika

Antonis Samaras acredita que o país conseguirá a partir do próximo ano obter pelos seus próprios meios todo o financiamento de que precisa.

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Antonis Samaras diz que a Grécia está preparada para ir sozinha aos mercados

O Governo grego quer antecipar o fim da presença da troika no país e está confiante que pode a partir do próximo ano assegurar por si próprio todo o financiamento de que precisa.

A intenção foi revelada pelo primeiro-ministro, Antonis Samaras, no decorrer da visita que realizou nesta terça-feira à sua homóloga alemã Angela Merkel. “Precisamos de nos tornar num país normal e já provámos que somos de confiança e que conseguimos estar assentes nos nossos próprios pés”, afirmou Samaras com Merkel ao seu lado.

No caso da Grécia, a intenção de se libertar da troika no decorrer de 2015 significa na prática que o Fundo Monetário Internacional poderá não emprestar todo o dinheiro que está previsto. O financiamento dos fundos de resgate europeus fica concluído já no final deste ano, ao passo que há empréstimos do FMI previstos até ao início de 2016.

Antonis Samaras defende agora que a Grécia, que já realizou algumas emissões de dívida de longo prazo nos mercados, pode estar em condições de abdicar dos empréstimos do FMI previstos para 2015 e 2016. “Acredito que conseguiremos cobrir as nossas necessidades de financiamento a partir do próximo ano, Veremos o que acontece com as próximas tranches do empréstimo”, afirmou o primeiro-ministro.

A Grécia foi, em 2010, o primeiro país da zona euro a recorrer a empréstimos dos parceiros europeus e do FMI para evitar o incumprimento no pagamento da sua dívida nos mercados. Em 2012, foi renegociada a ajuda financeira, com um reforço dos empréstimos da UE e do FMI, ao mesmo tempo que se reestruturava a dívida do país aos investidores privados.

Para Antonis Samaras, a saída antecipada da troika pode ser sobretudo valiosa do ponto de vista político. O líder da Nova Democracia, que mantém uma coligação governamental com os socialistas do PASOK, perdeu as recentes eleições para o Parlamento Europeu para o Syriza. E as mais recentes sondagens continuam a apontar para uma vantagem do partido que agora lidera a oposição à esquerda.

A saída da troika e o anúncio de um alívio da austeridade poderia servir para a Nova Democracia apresentar o seu mandato à frente do Governo como um sucesso apesar de o país ter, durante os últimos anos, ter registado a contracção económica mais acentuada da Europa desde a Segunda Grande Guerra Mundial.

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