Grécia, Portugal e Espanha são os países onde a exportação para fora da UE cria menos emprego

Cerca de 335 mil postos de trabalho assentavam na actividade exportadora.

Foto
70% dos trabalhadores eram pouco qualificados Virgílio Rodrigues

Em Portugal, 8% dos empregos eram, em 2011, criados pela actividade exportadora para fora da União Europeia. O valor é semelhante ao da Grécia (8%) e Espanha (9%). Estes são os únicos três países em que o comércio fora do espaço comunitário gera menos de 10% dos empregos, segundo um estudo da Comissão Europeia.

De acordo com o relatório, divulgado nesta segunda-feira, havia cerca de 335 mil empregos em Portugal dependentes das actividades relacionadas com as exportações para fora da UE, dos quais 54% no sector dos serviços. A maioria eram empregos pouco qualificados – 70% do total –, ao passo que apenas um em cada dez eram trabalhadores muito qualificados. Àqueles postos de trabalho somam-se 78 mil outros em Portugal que estão associados à actividade exportadora de outros Estados-membros.  

Os números reflectem os destinos das exportações portuguesas, que são feitas sobretudo para outros parceiros do espaço comunitário, embora o peso destes países tenha diminuído ligeiramente nos anos da crise económica que afectou a Europa. No ano passado, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, os países fora da UE eram responsáveis por 29% do valor de bens exportados em Portugal. Em 2011, o ano a que o relatório da Comissão diz respeito, estes países representavam 26% das vendas de bens. 

Entre 1995 e 2011, os empregos na União que assentam na actividade exportadora cresceram 67%, atingindo 31,1 milhões de postos de trabalho. A cada mil milhões de euros de produtos e serviços exportados correspondem cerca de 14 mil empregos. Cerca de 14% dos empregos assentam nas exportações. 

A Irlanda é o país em que as exportações extra-comunitárias mais geram emprego: 26% dos postos de trabalho naquele país estão relacionados com estas exportações. Seguem-se a Alemanha, a Suécia e a Bulgária, com 25%. 

A Irlanda é o país escolhido por muitas multinacionais tecnológicas para terem a sua sede europeia, em parte pela carga fiscal reduzida quando comparada com o resto da União e em parte pelo facto de a língua nativa ser o inglês. 

Naquele país, 75% dos empregos criados pela exportação são nos serviços e a distribuição pelo nível de qualificação é muito mais equilibrada do que em Portugal: 42% são postos de trabalho altamente qualificados, 38% são de qualificações médicas e 19% dizem respeito a trabalhadores pouco qualificados.  

O estudo da Comissão Europeia observa que os empregos relacionados com a exportação são mais bem pagos do que no resto da economia. Citando números de 2009, o relatório indica que um trabalhador pouco qualificado num emprego associado à actividade exportadora ercebia mais 5% do que a média, ao enquanto os trabalhadores de qualificação média ganhavam 9% mais e o salário dos trabalhadores altamente qualificados era 16% mais alto.

Sugerir correcção
Comentar